O Clube 22 de Novembro, um marco recreativo e cultural do Barreiro, foi fundado em 1909 por entusiastas do teatro local. A sua sede, na Rua Marquês de Pombal, n.º 115, exibia uma bandeira com a Cruz de Cristo e o verso de “Os Lusíadas”: “E se mais mundo houvera lá chegara”.

A sua população associativa, composta predominantemente por comerciantes, industriais, ferroviários, funcionários, estudantes e profissionais liberais, era pequena e notavelmente seletiva por natureza. No entanto, desde 1956, a admissão de novos sócios foi formalmente condicionada devido à lotação das instalações e a “questões de princípios”, reforçando a seleção face às mudanças sociais e de comportamento.

Apesar do seu reduzido número, um núcleo de sócios ativos manteve o elevado nível da coletividade, que viveu períodos de grande brilho, destacando-se:

  1. O “baile dos homens ricos”, a primeira grande festa (24 de Março de 1917).
  2. O “Bal Rouge”, o primeiro baile de cor do Barreiro e palco dos primeiros Jogos Florais na vila (29 de Março de 1924).

Tragédia e Declínio

A história do Clube sofreu um revés grave a 30 de janeiro de 1978, quando um incêndio destrói o edifício do Clube 22 de Novembro.

Apesar da perda da sede, o clube demonstrou resiliência, mantendo as suas atividades com direções ativas nos anos seguintes. Nesse período, empenhou-se na recolha de fundos para uma nova sede e na publicação de um “Jornal do Presente e do Futuro” entre outras iniciativas. No entanto, a determinação esmoreceu e, nos anos mais recentes, a memória e a atividade do Clube 22 de Novembro parecem ter-se desvanecido.

VER o Jornal em PDF- “Jornal do Presente e do Futuro Nº2”