Do passado português todos sabemos o que foi e para onde Portugal foi arrastado.
O passado recente tão conturbado, de tantos atropelos, tem de ser recordado e analisado, para percebermos para que futuro político e social nos empurram neste presente nefasto. Pelo andar da corveta, Portugal não vai chegar a porto seguro mas, é preciso alento e lutar como sempre fizemos.
A ameaça está aí e pode ser chamada de – colapso da globalização? – Terrorismo sem fronteiras? Gula bancária? Ou … A escolha não alivia a canga que nos impõe!
Empresários aplaudem de joelhos a flexibilização laboral que Passos Coelho idealizou, e que através do primeiro-ministro Sócrates com algumas nuances está mais ou menos em marcha. Aparentemente “inimigos” entre si, a Comissão Europeia os liga por laços de estratégia submissa a poderes de capital financeiro que se estende pela Europa, Ásia e América.
Entretêm o país com beijos e desaguisados políticos. No poder do Estado, dentro ou fora dele à vez, responsáveis pelo desastre económico, apadrinhados pelo Presidente da República interveniente directo na situação gravosa a que Portugal chegou, afundam a nau portuguesa.
A internacionalização da corrupção enreda Governos serventuários de senhores do mundo que zelam pelo regresso da escravidão às débeis democracias.
A estratégia é hoje mais visível. A queda económica de sucessivos países periféricos, nos braços de “amigos” de outras latitudes, é a lógica do processo. Apenas uma fatia de esperança sobeja desta ordem que joga o dominó esquematizado no tabuleiro centro europeu.
A Alemanha e a França não permitem a Portugal produzir beterraba, para poderem abastecer o mercado europeu sem concorrência. Se isto é uma união? Porque não há uma distribuição justa?
Alguém terá afirmado que, “ o dinheiro português gasto em combustível vai direito para os árabes e para as Américas. Se adquirirmos um computador ou uma televisão, o pecúlio vai directo para a China, Índia ou Taiwan e daqui para os EUA. Do consumo da horta, batatas, feijão, couves e alfaces, o capital da venda vai em linha recta para Espanha, França e Alemanha. Se as economias sobrarem para a compra de um carro, o valor da aquisição vai directa para Alemanha, França, Itália ou Inglaterra”.
Cortes nas indemnizações, aquando do despedimento, são necessários dizem apaniguados de bolsos cheios. Um truque mais, em nome da competitividade e do emprego que desaparecem a cada medida imposta. Posição inversamente proporcional ao desenvolvimento e em prejuízo dos que vivem do trabalho.
Os melhores cérebros que nas escolas portuguesas alcançam elevadas qualificações são empurrados para fora do país quando formados e prontos a produzir riqueza.
Por isso, Portugal está pobre, mas tem homens muito ricos que não guardam o dinheiro no país e pouco investem em Portugal, tem-no em grandes empreendimentos e bancos no estrangeiro, seguindo o exemplo de governantes nacionais e autárquicos que fingem governar passando a mensagem com a fuga de capitais próprios da nossa ordem económica e financeira.
“Quando gastamos mais do que ganhamos é perigoso”, disse Cavaco Silva, só não disse quem é que gasta mais e quem é que gasta menos. Se o fizesse estaria na lista dos mais gastadores e dos mais beneficiados pelo desnorte consumista.
Portugal e outros países periféricos estão a braços com a morte lenta das suas economias, transferindo o pouco sangue dos seus povos numa trasfega de sanguessuga que salta do poder estatal para os poderes bancário e empresarial numa lógica corrupta.
No embrião das políticas filantrópicas, vem a seguir a caridade crescente, sucedâneo do empobrecimento programado.
Patrões dão pecúlio para a caridade e despedem sem remorsos novos carentes de pão. Só não vê o esquema quem não quer ou do negócio tira proveito.
Todos estes falsos valores crescem na propagação da febre comunicacional, criando mitos que adulteram a veracidade, confundindo assistentes da janela TV aberta dentro de casa.
Que se cuide o povo. Se não tiver discernimento para verificar o perigo de novamente errar nas escolhas políticas, de certo que não sairemos do buraco social que enfiaram o país.
De massacre em massacre à ameaça de rasgão constitucional o que resta? Da economia nacional pouco está nas mãos de portugueses que em Portugal têm a bolsa. Mas há que confiar. Portugal já foi monarquia galega, já quase foi condado anglo-saxónico, quase foi parcela monárquica francesa, quase foi província da República alemã nazi, quase se tornou condado europeu, contudo, quando o povo acordar e negar a subalternização, Portugal vencerá.
Carlos Alberto (Carló)
18/12/10
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