Homenagem à cantora lírica Dulce Cabrita!

Homenagem à cantora lírica Dulce Cabrita!

Galardão Barreiro Reconhecido, Área da Cultura, 1998

Auditório Municipal Augusto Cabrita 19 de Fevereiro, às 21h00

O Auditório Municipal Augusto Cabrita (AMAC) vai ser palco, a partir das 21h00, do dia 19 de Fevereiro, de um espectáculo de Homenagem à cantora lírica barreirense Dulce Cabrita – Galardão Barreiro Reconhecido, na Área da Cultura, em 1998.

Esta iniciativa, uma evocação do percurso de vida de mais de oito décadas, conta com a participação de vários convidados, entre familiares, amigos de infância, juventude e companheiros da vida artística. O Maestro António Vitorino d’ Almeida, Carlos Consiglieri, Manuela Cabrita (sobrinha), António Cabrita (sobrinho-neto), José Fernandes Machado Pereira e Maria Leonor Fernandes Machado Pereira (amigos da juventude), e o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro (CMB), Carlos Humberto de Carvalho, são alguns dos participantes. Ao longo do espectáculo, refira-se, serão apresentados depoimentos de amigos e familiares da artista.

Estão, ainda, previstos apontamentos musicais com o Coro Lopes Graça da Academia de Amadores de Música (dirigido pelo maestro Ivo de Castro), o Coro da Universidade da Terceira Idade do Barreiro (CorUTIB, dirigido por Olga Panchenko), a Camerata Musical do Barreiro (Lopes da Cruz) e a Animae Vox.

Dulce Cabrita, irmã do fotógrafo/cineasta Augusto Cabrita, igualmente, homenageado pela CMB, faleceu em Novembro último, com 82 anos.

Biografia

Em 1998, aquando da homenagem com Galardão “Barreiro Reconhecido” na Área da Cultura, foi produzido pela CMB o seguinte texto/biografia (revisto) que figurou, igualmente, no Voto de Pesar aprovado pela Autarquia na sua Reunião ordinária privada de 6 de Dezembro de 2010:

«Dulce Isabel do Carmo Cabrita nasceu no Barreiro e é aqui, com a sua mãe, que inicia os estudos de música. Começa a cantar praticamente todo o seu repertório de música norte-americana em que se incluem compositores como Gershwin, Cole Porter e Irving Berlin. É acompanhada ao piano por outro apaixonado por estas paisagens musicais, o seu irmão Augusto Cabrita a quem dedicou em 12 de Maio, na Culturgest, um concerto preenchido por espirituais e composições de Gershwin.

Após a licenciatura em Ciências Económicas e Financeiras, Dulce Cabrita recomeça os seus estudos regulares de música e canto. Trabalha em Lisboa e Salzburgo com Fernanda Losa, Ana Blanch e Paul von Schillawsky.

Segue-se o estudo da canção de câmara com Fernando Lopes Graça e Filipe de Sousa. Integra o Coro Feminino de Câmara “Harmonia” da Emissora Nacional de Lisboa e sob a direcção de Friedrich Verner actua em Portugal e em várias cidades alemãs. Nesta época colabora também com o Coro Polyphonia fundado por Mário de Sampayo Ribeiro.

Dulce Cabrita tem apresentado em primeira audição obras de Paul Hindemith, Eric Satie, Charles Ives, Luis de Pablo, Maurice Ohanna e Fernando Lopes Graça, e cuja obra é uma das mais destacadas intérpretes. O compositor dedicou-lhe algumas das suas criações e foram editados diversos discos em que Dulce Cabrita interpreta alguns ciclos de canções cantadas em primeira audição absoluta. Da sua carreira constam inúmeros concertos e recitais da RTP, RDP, Academia de Amadores de Música, Juventude Musical Portuguesa, Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, Culturgest e em diversos festivais como o da Costa do Estoril.

No Teatro Nacional de São Carlos, Dulce Cabrita cantou em várias temporadas destacando a sua actuação na ópera “Canto da Ocidental Praia” de António Victorino de Almeida.

Os Açores, onde realizou, três concertos este mês em Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada, têm merecido especial atenção por parte de Dulce Cabrita. Nesta tournée em colaboração com a pianista Helena Matos deu a conhecer em primeira audição absoluta o ciclo de canções sobre poesia e Natália Correia com o título “Seis Epígrafes” com composições de Filipe Pires.

Estes concertos são mais uma marca da sua forte ligação às ilhas onde realizou recitais de homenagem a Victorino Nemésio, em 1988, e a Francisco de Lacerda, em 1989, com o pianista Filipe de Sousa e actuou, em 1991, no Congresso Anteriano com a pianista Helena Matos. A Universidade dos Açores editou, em 1995, um CD com a versão integral para canto e piano das “34 trovas”, de Francisco Lacerda, em que Dulce Cabrita com a colaboração de Filipe de Sousa. Esta ligação será reforçada através de vários concertos que estão projectados para as comunidades açorianas do Canadá, Estados Unidos e Brasil, bem como na Casa dos Açores do continente, com obras de poetas e músicos açorianos.

Fernando Lopes Graça, uma importância referência para o Barreiro, é uma referência obrigatória no percurso de Dulce Cabrita. Em 1995, formou o Trio Vocal Lopes Graça com o tenor Fernando Serafim e o barítono Oliveira Lopes, de 1997 a 1998 realizou uma serie de concertos integrados nas comemorações do nonagésimo aniversário do nascimento do compositor e lançou o CD “Guirlanda” com gravações históricas interpretadas pela cantora e pelo próprio Lopes Graça.

De Dulce Cabrita este compositor disse: “A sua bela voz de mezzo-soprano e a pureza do seu estilo garantem-lhe um lugar de relevo entre as actuais cantoras portuguesas no domínio da canção de câmara.

Pelo seu percurso, aqui resumido, feito em prol da música e dos poetas portugueses e que em muito dignifica a nossa cultura e orgulha o Barreiro, a Câmara Municipal atribui a Dulce Cabrita o Galardão Barreiro Reconhecido na Área da Cultura.»

 A presente Homenagem é promovida pela CMB/CorUTIB.

O CorUTIB nasceu com a criação da Universidade da Terceira Idade do Barreiro (UTIB), em 4 de Abril de 2003. Dos iniciais 26 elementos o coro foi crescendo, integrando o dobro dos elementos distribuídas por sopranos, mezzo sopranos, contraltos, contraltos II, tenores, barítonos e baixos. Além de ser presença assídua nas actividades da UTIB e em vários eventos do Município do Barreiro, o CorUTIB já marcou presença em diversos encontros internacionais.

O AMAC – Auditório Municipal Augusto Cabrita encontra-se no Parque da Cidade, Avenida Escola de Fuzileiros Navais, 2830 Barreiro.

 CMB 2011-02-03

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