Finalmente uma verdadeira canção de resistência, 37 anos depois da revolução que deu voz ao povo inteiro, apaziguando as vozes dos trovadores que iluminaram os caminhos da luta pela liberdade e pela democracia económica e social.
Como nos tempos em que José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Mário branco, Luís Cília, Sérgio Godinho, Carlos Paredes e outros, faziam comover o coração e enobrecer a alma para o combate político contra a ditadura, vieram-me as lágrimas aos olhos ao ouvir pela primeira vez os «Deolinda» a tocarem e a cantarem ( Ana Bacalhau ) – «Que parva que eu sou ! »
Já não temos 20 anos, o fulgor e o romantismo revolucionário foram esmorecendo há medida que a contra revolução capitalista, o reverso da História e o oportunismo de muitos homens, foram destruindo as utopias, os sonhos e as esperanças, as pequenas/ grandes vitórias de Abril.
A chama dos ideais imperecíveis reacende-se luminosa quando ouvimos no Coliseu, milhares de jovens deste País exaurido e maltratado, aclamarem em puro entusiasmo as estrofes límpidas indicando o caminho a seguir. Que terá de ser um caminho diferente, em que a geração « não posso mais», de que fala a balada dos «Deolinda», tem uma tarefa a cumprir. Tal como fez a minha geração de 60, lutando contra a guerra Colonial, contra o regime de ditadura fascista, contra a exploração dos monopólios capitalistas, para acabar com a escravidão económica, social e cultural.
O exemplo está nas ruas da Tunísia, do Egipto !…
Pelos meus filhos e netos, que tal como diz a Ana Bacalhau não são parvos, contem comigo na luta pela mudança de rumo.
11/02/2011
Armando Teixeira
One Response to "Público ou privado? [10] LINDA DE DEUS !"
You must be logged in to post a comment Login