O núcleo urbano do Barreiro Velho apresenta uma fascinante dualidade no seu traçado urbano, combinando um padrão regular junto à margem fluvial com um desenvolvimento orgânico na área interior, a sudeste. O núcleo original, datado do final do século XVI, organiza-se em torno de pontos estratégicos, formando um triângulo entre os emblemáticos largos de Santa Cruz, Rompana e da Esperança. Já a expansão do século XVIII caracteriza-se por uma estrutura mais regular e linear, centrada na Rua Conselheiro Joaquim Augusto de Aguiar (antiga Rua de Palhais), que corre paralela à margem do rio.
Atualmente, o Barreiro Velho encontra-se em estado de degradação, com casas abandonadas ou em ruínas, espaços vazios e ruas marcadas por sujidade e detritos. As promessas de reabilitação continuam apenas no papel. Nem mesmo o empréstimo de 5 milhões de euros, aprovado pela Assembleia Municipal, foi suficiente para resolver os problemas que assolam a área.
Resta-nos a pergunta: será que um dia este núcleo histórico, que deu origem ao Barreiro, terá finalmente a reabilitação que merece?