A nacionalização da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses (CP) em 1975, no contexto do Processo Revolucionário em Curso (PREC), representou um marco significativo na história do país e nas relações de trabalho no setor ferroviário.
A nacionalização da CP ocorreu num momento de grandes transformações sociais e políticas em Portugal, após a Revolução dos Cravos. O país vivia um período de intensa mobilização popular e de reivindicação de direitos.
Depois dos acontecimentos clarificadores de 11 de Março de 1975, com a derrota da tentativa contra revolucionária, o mês de Abril foi muito importante para os ferroviários. No dia 5, num grande plenário no Pavilhão dos Desportos, reivindicam a nacionalização da CP.
Em 16/04/1975, com a publicação do Decreto–lei nº 205-B/75 é nacionalizada a companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses – CP, a contar do dia anterior. Com o acelerar do processo revolucionário, o I Acordo Colectivo de Trabalho é negociado em 24/04/1975 e em 21/05/1976 é constituída a Federação dos Sindicatos Ferroviários com sede em Lisboa.
Os ferroviários, através de suas organizações sindicais, desempenharam um papel fundamental na luta pela nacionalização da CP. As manifestações e o plenário no Pavilhão dos Desportos demonstram a força e a unidade da classe trabalhadora nesse setor.
A nacionalização da CP teve diversas implicações:
Democratização da gestão: A empresa passou a ser controlada pelo Estado, o que, em princípio, permitiria uma gestão mais democrática e transparente.
Melhoria das condições de trabalho: Com a negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho, os trabalhadores ferroviários conquistaram direitos e melhores condições de trabalho.
Fortalecimento do movimento sindical: A criação da Federação dos Sindicatos Ferroviários consolidou a representação dos trabalhadores e ampliou sua capacidade de negociação.
Imagens: visita de Vasco Gonçalves ás Oficinas da CP no barreiro e noticia no Diário de Lisboa de16/4/75 da Nacionalização das industrias base, Incluindo o sector dos transporte e a CP.

