A chegada do caminho de ferro ao Barreiro, com a sua construção entre 1855 e 1858, transcendeu a mera infraestrutura de transporte, transformando-se num catalisador de conhecimento e desenvolvimento. A construção da linha férrea até Vendas Novas trouxe consigo uma elite intelectual, composta por engenheiros e técnicos especializados, que introduziram novas ideias e práticas na região.
A presença desta elite instruída e letrada impulsionou um salto qualitativo no desenvolvimento do Barreiro. As suas competências e conhecimentos técnicos, especialmente nas áreas da engenharia e tecnologia, representaram avanços significativos para a época. O trabalho exigido pelo caminho de ferro, nomeadamente nas oficinas e na operação a vapor, requeria profissionais com formação especializada, o que contribuiu para a criação de um núcleo de trabalhadores qualificados em diversas áreas.
Onde outrora mais de 2.000 ferroviários trabalhavam no Barreiro, desde operários, manobradores, revisores, escriturários, maquinistas, entre outras profissões, davam vida ao Barreiro, hoje restam menos de 100.
O caminho de ferro foi um fator determinante no desenvolvimento do Barreiro, impulsionando a sua industrialização, crescimento populacional e desenvolvimento urbano.