Em 2009, uma notícia destacava: “Cerca de 500 foliões vão colorir as ruas do Centro da Cidade”. Esse era o espírito vibrante do Carnaval promovido pelo Movimento Associativo no Barreiro, um evento que reunia coletividades locais e a população num desfile animado pelas ruas da cidade. O percurso começava junto ao Centro Comercial Alfredo da Silva, passava pelas ruas Miguel Bombarda e Stara Zagora, e terminava na Avenida Alfredo da Silva. Para a realização deste evento, a organização investia cerca de 40 mil euros, garantindo assim um espetáculo de grande envolvimento comunitário.

Na edição de 2009, diversas coletividades participaram, trazendo alegria e diversidade ao desfile. Entre elas estavam o Grupo Carnavalesco do Barreiro, o Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças”, a Associação Cultural de Surdos do Barreiro, o Grupo Desportivo e Cultural “Estrela Negra”, o Grupo Recreativo e Desportivo de Palhais, o Grupo Desportivo e Recreativo “Unidos da Recosta”, o Grupo Desportivo e Recreativo da Verderena, o Grupo Desportivo “O Independente”, o Futebol Clube Quinta da Lomba, o Grupo Recreativo da Quinta da Lomba, os Galitos Futebol Clube, o Centro Social de Santo António e a Juventude Desportiva da Cidade Sol.

Contudo, 16 anos depois, a tradição mudou. Atualmente, o Barreiro mantém apenas o Carnaval das Escolas, um evento anual que mobiliza a comunidade educativa do concelho. Este desfile envolve milhares de crianças de estabelecimentos de ensino públicos e privados, mas sua organização é maioritariamente conduzida pelas escolas. A Câmara Municipal do Barreiro (CMB) limita-se ao apoio logístico, promovendo o evento e assegurando o fecho das ruas para o desfile.

A ausência do Movimento Associativo na celebração do Carnaval é uma perda significativa para a comunidade. O envolvimento das coletividades não só animava a cidade, mas também incentivava a participação dos sócios e de muitos cidadãos na vida associativa. O Carnaval era um momento de união, cultura e tradição, proporcionando uma identidade festiva única ao Barreiro. A sua redução a um evento escolar, sem a participação ativa das associações, reflete uma mudança no panorama cultural da cidade e levanta a questão sobre a importância de resgatar e valorizar o espírito associativo no Carnaval.