A Real Fábrica de Vidros e Cristalinos de Coina, um marco do desenvolvimento industrial sob o reinado de D. João V (1714-1742), foi erguida de raiz em 1719, no então concelho de Coina. Esta iniciativa régia inseriu-se num período de intensa atividade manufatureira e representou uma das primeiras experiências modernas de produção de vidro na Península Ibérica, antecedendo a famosa Fábrica de Santo Ildefonso em La Granja (Segóvia), inaugurada em 1727 com o contributo de artífices que haviam trabalhado em Portugal.
Segundo o investigador Custódio Jorge, os produtos vidreiros da Real Fábrica de Coina alcançaram reconhecimento não só em Portugal, mas também no Brasil, em Espanha e até na China, para onde foram enviados no âmbito da renovação das relações diplomáticas com o Império do Oriente, pretendida por D. João V.
Classificada como Imóvel de Interesse Público a 31 de dezembro de 1997, através do Decreto-Lei 67/97, a Real Fábrica de Vidros de Coina permanece, nos dias de hoje, em ruínas, testemunhando um passado de grande relevância histórica e industrial. Os terrenos onde se encontra situada pertencem ainda aos herdeiros da família Xavier de Lima.
O estado de abandono em que se encontram as ruínas desta antiga fábrica de vidros levanta questões sobre a preservação do nosso património histórico e industrial.
