As antigas tabernas no Barreiro, outrora pontos nevrálgicos da vida operária, estão a desaparecer.
Estes espaços, frequentados sobretudo por estivadores, ferroviários e trabalhadores das grandes indústrias, eram mais do que simples locais de comes e bebes. Eram autênticos centros sociais e de convívio, onde se discutia a política, o trabalho e a vida, ao sabor do tinto da região e de petiscos simples e saborosos.
Com o declínio da atividade industrial e o envelhecimento da população, muitas destas tabernas fecharam as suas portas, deixando para trás balcões de madeira gastos pelo tempo e histórias que agora se perdem. Os seus azulejos e o cheiro a vinho e maresia estão a dar lugar a novos conceitos de restauração ou, pior, a montras vazias.
Cada taberna que fecha é um pedaço da memória do Barreiro que se desvanece, levando consigo a alma de uma época e o eco das vozes de milhares de operários que ali encontraram um refúgio e uma comunidade. A sua perda é um adeus silencioso a uma parte essencial da identidade cultural e histórica da cidade.
