Vila situada na margem do Tejo, fronteira a Lisboa, donde dista 9 quilómetros, e edificada numa planície bastante areenta, é uma das melhores do sul do Tejo, não só pela sua posição topográfica, como pela bela praia que possui, donde se desfruta um panorama deslumbrante, vendo-se como crescer das águas do Tejo, a Lisboa formosíssima, capital do reino.
Desfruta de tradições gloriosas, pois nesta vila se albergaram as princesas de Castela que casaram em Portugal e várias embaixadas vindas do estrangeiro. É sede da estação principal do caminho de ferro do Sul e Sueste, e está ligada com Lisboa por carreiras de vapores. Tem um asilo denominado D. Pedro V para a infância desvalida.
Classificação: Concelho de 3ª ordem e fiscal de 3ª classe – Comarca do Seixal (3ªclasse) – Pertence ao distrito de Lisboa – Patriarcado de Lisboa – Dista 9 km de Lisboa — População: 10000 habitantes.
– Freguesia do concelho: Santa Cruz.
Vias de comunicação: CAMINHO DE FERRO: A estação é a do Barreiro (Sul e Sueste), na vila, a 1 km; e carreiras de vapores, que ligam a vila com Lisboa. DILIGÉNCIAS: Há quatro carreiras para o interior da mesma vila a 50 réis por pessoa.
Correio e telégrafo: Estação de 1.” classe telégrafo-postal, com serviço de valores declarados, encomendas postais, cobrança de títulos, letras e vales.
Descanso semanal: Domingo, trabalhadores, quintas-feiras, comercio e barbeiros.
Principal comercio do concelho: Cortiça, vinho, batata, cereais e massas.
ADMINISTRADOR DO CONCELHO: Diogo António Barroso da Veiga.
ADMINISTRAÚOR INTERINO: Manuel Marques de Oliveira. (12-10-1910)(1)
(1) Pós-implantação da República – Presidente: Manuel Marques de Oliveira; vereadores: Leandro Augusto de Castro, Franklim Marques Firmino, José Gregório Ferreira, Armando de Azevedo e Silva.
A Administração e a C.M.B. foram geridas, a nível provisório, de 5 a 12-10-1910, por Ricardo Rosa y Alberty e José Luiz da Costa, respetivamente. Estes cidadãos pertenciam à Junta Revolucionária do Barreiro, formada por: Caetano Francisco da Silva, João dos Santos Pimenta, Joaquim Lopes Ferreira, José Bento Esteves e José Tavares Veloso.
Texto In Postais do Barreiro 1910. edição de Augusto Valegas 1987

