Realizou-se no Barreiro, nos passados dias 4 e 5 de Fevereiro, no AMAC – Auditório Municipal Augusto Cabrita, o Seminário Internacional, subordinado ao tema “História, Património, Perspectivas Actuais e futuras do Caminho de Ferro”.
Contou com a presença de vários oradores nacionais, entre eles o Secretário de Estado dos Transportes, Correia da Fonseca, e representantes estrangeiros de Universidades.
A qualidade, das comunicações proferidas valorizou o Seminário Internacional.
Existiam duas Comissões: a Comissão Organizadora da qual a Câmara Municipal do Barreiro e outros parceiros pertenceram e a Comissão Científica, constituída por Magda Pinheiro do ISCTE e Ana Cardoso de Matos da Universidade de Évora.
Fazia todo o sentido, era mesmo pertinente, a celebração de um evento com esta dimensão, sobre os 150 anos do caminho de ferro, no Barreiro, por várias razões:
– Significa valorizar o passado recente, que permanece na memória de muitos barreirenses;
– O caminho de ferro no Barreiro, iniciou e construiu um Barreiro Moderno, revolucionou os transportes, criou uma classe de ferroviários consciente dos seus direitos e deveres, e do seu contributo dado ao desenvolvimento da sua terra;
– O Património Ferroviário faz parte de uma história de desenvolvimento tecnológico que marca a identidade da nossa terra;
– Este segmento é mais um dos vários que constituem uma Rota do Património Industrial e do Trabalho;
– Salvaguardar o Património Material e Imaterial, não como um projecto exclusivo do Barreiro, mas pela sua importância Nacional.
Deste Complexo Industrial Ferroviário, ainda nos resta um importante Património Material – a antiga Estação, as Oficinas, a Rotunda das Máquinas, Armazém Regional, Estação Ferro-Fluvial, Bairro Operário, material circulante, maquinaria oficinal e ferramentas e um guindaste…
Não esquecer o Património Imaterial riquíssimo, plasmado nas vivências fundamentalmente de todos os ferroviários que nos poderão ajudar a reconstruir os múltiplos saberes, relacionados com a sua actividade.
O caminho de ferro tem uma longa história no Barreiro, desde 1854 em que a sua implantação foi decretada em Diário do Governo, seguiu-se a inauguração da Linha do Sul que nos ligou a Vendas Novas, em 1859, depois com a conclusão do ramal até Setúbal e das Oficinas do Caminho de Ferro, em 1861, o Barreiro não voltou a ser o mesmo. Há 150 anos que o comboio representou a modernidade.
E porque, o Seminário ajudou a reflectir sobre a importância da ferrovia, citando as palavras de Carlos Humberto, Presidente da Câmara Municipal do Barreiro “que a ferrovia continue a ser importante no futuro do Concelho, que chegue ao território da Quimiparque e que a nova ponte seja rapidamente construída. É importante para ligar Lisboa às outras capitais Europeias para projectar o país e a Área Metropolitana de Lisboa”.
E nas palavras do Secretário de Estado dos Transportes: “ o Concelho do Barreiro perdeu população, empregos, as indústrias têm vindo a fechar, porque o Barreiro foi a Cidade, dentro da Área Metropolitana de Lisboa, a mais maltratada, nos últimos 30 anos”.
Os barreirenses esperam, que o Barreiro não fique de fora, mais uma vez, destes investimentos e se constitua como um Pólo Ferroviário.
Maria João Quaresma
Barreiro, 15 de Fevereiro de 2011
You must be logged in to post a comment Login