A nossa actividade moageira é antiga e relevante, as primeiras notícias que nos chegam datam do início do SÉC XIV e são relativas a Coina, zona onde terão existido vários moinhos de maré e azenhas. De acordo com os levantamentos realizados pelo Dr. Jorge Custódio laboraram no Estuário do Tejo 41 moinhos de maré, dos quais 17 se situavam entre as povoações de Coina e Lavradio, mostrando que o Barreiro tinha a maior concentração de moinhos de maré do Tejo. Entre o SÉC XVIII e finais do SÉC XIX instalam-se mais 10 moinhos, agora de vento.
Este peso da indústria moageira no território do Barreiro ficou a dever-se a diversos factores: a geografia do terreno, os ventos dominantes, a proximidade à capital e o seu abastecimento e mais uma vez à necessidade de produção, em grande escala, da bolacha de embarque.
Entre os moinhos de vento salientamos a tecnologia revolucionária do portentoso moinho do Barão do Sobral, construído na Ponta do Mexilhoeiro e o moinho Gigante de Alburrica, cuja tipologia fazem dele caso único no Portugal de hoje.
Ainda, segundo Jorge Custódio a construção do moinho gigante do Barão do Sobral “… era já uma ruptura significativa na paisagem rural. Isto significa que se admite que a moagem teve um papel pivô no processo de transformação do Barreiro. Pode, talvez, considerar-se como o 1º surto industrializador que, se não criou uma vila industrial, pelo menos a fez entrar na era da proto-industrialização.”
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