CMB apresenta projeto “aHORTA – HORTAS NO CORAÇÃO DA CIDADE”
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Neste contexto, a Câmara Municipal do Barreiro (CMB) apresentou ao público o “Projeto aHorta – Hortas no Coração da Cidade”, ontem, dia 13 de outubro, no “Fórum de Agricultura Urbana” realizado no Mercado Municipal 1º de Maio. Cerca de 70 pessoas participaram neste evento que proporcionou a partilha de saberes e experiências de outros concelhos (Almada e Cascais). A sessão contou com as intervenções do Presidente da Câmara Municipal do Barreiro (CMB), Carlos Humberto de Carvalho, e do Vereador Rui Lopo, responsável pelo Planeamento, Ambiente e Mobilidade. Do Executivo Municipal, marcou também presença neste evento o Vereador Bruno Vitorino, responsável pelo Centro de Educação Ambiental.
A sessão foi moderada por João Paulo Lopes, responsável pela Divisão de Planeamento, Ambiente e Mobilidade e contou com as apresentações dos oradores, Manuela Raposo Magalhães, Coordenadora do Centro de Estudos de Arquitetura Paisagista do Instituto Superior de Agronomia, Catarina Freitas, Diretora do Departamento Estratégico de Gestão Ambiental Sustentável da Câmara Municipal de Almada, André Miguel, gestor do Projeto Hortas de Cascais, e de Inês Belchior e Patrícia Pio, coordenadoras do Projeto da Câmara Municipal do Barreiro.
As hortas urbanas são, na opinião do Presidente da CMB, “uma necessidade dos tempos modernos, com todas as suas contradições de desigualdade, de pobreza, de avanços tecnológicos e científicos e de exploração cada vez mais intensa dos subsolos”.
Uma das razões para o surgimento deste Projeto prende-se com as necessidades económicas das populações. Para Carlos Humberto de Carvalho não podemos desistir deste trabalho, para tal, “é necessária uma reflexão, grande empenho e persistência. Não abdicarmos de fazer o caminho num período tão difícil como aquele que vivemos no País, no Poder Local e no caso concreto da Câmara”.
Dar os primeiros passos em 2015
Carlos Humberto de Carvalho desejou que o Fórum “ajude a concluir quais são as propostas concretas e o caminho que temos de prosseguir para que em 2015 as possamos desenvolver se isso for a vontade da população do Barreiro e se tivermos condições para isso”.
Os municípios têm, na opinião do Vereador Rui Lopo, de “incorporar na sua visão e na política de cidade as hortas urbanas não só para dar resposta quer a aspetos mais concretos de necessidade, que se vão sentindo, quer ao preenchimento de vazios, no que diz respeito à prática cidadã”. Considera “indispensável que as autarquias, como agentes próximos das populações, procurem dar resposta àquilo que é entregar a terra a quem possa fazer alguma coisa para a prática de agricultura familiar”.
“Projeto aHorta – Hortas no Coração da Cidade”
O crescente interesse demonstrado por parte alguns munícipes pela produção agrícola e a solicitação de locais para a sua prática tem sido, segundo João Paulo Lopes, “a demonstração da pertinência deste tema que pode ser encarado na vertente do lazer e recreio, mas sobretudo para proporcionar um complemento económico familiar para fazer face às dificuldades conjunturais de algumas famílias”.
O “Projeto aHorta – Hortas no Coração da Cidade” visa a constituição de uma rede de hortas em resposta a um grande desafio que foi assumido por vários serviços da Câmara Municipal, utilizando as competências transversais para que a sua criação e implementação contribua para uma sociedade mais equitativa.
O Projeto foi apresentado por Inês Belchior e Patricia Pio. As técnicas da CMB explicaram a metodologia e a estratégia do trabalho.
Os objetivos específicos deste Projeto prendem-se ao nível do planeamento, em identificar parcelas públicas e associá-las às redes ciclável e de equipamentos e à Estrutura Ecológica Municipal. Em termos comunitários, procura-se contribuir para a economia familiar através da produção de alimentos. Pretende-se, ainda, promover a ocupação de tempos livres e estilos de vida saudável, promover a educação ambiental e responsabilizar os munícipes na gestão ativa dos espaços.
A metodologia implementada para este trabalho teve o seu início com um levantamento de todas as parcelas do domínio público, com a consciência que nem todas podiam ser terrenos agrícolas. Chegou-se à conclusão que só estão disponíveis 11 parcelas, distribuídas pelo Concelho, para implementação imediata. O trabalho focou-se nestas e prosseguiu para uma fase de hierarquização com três fases.
Estudo prévio de horta na “Quinta da Hortinha”
A parcela melhor classificada foi a “Quinta da Hortinha” localizada na União das Freguesias de Palhais e Coina. Encontra-se integrada no domínio público do Município, com uma área de cerca de 13.750 m2. Para esta parcela, foram definidas várias áreas: uma vocacionada para a Horticultura, outra para a Fruticultura, uma outra para Espaço de Recreio e Lazer e uma área de enquadramento e transição.
De referir que esta parcela encontra-se perto de um equipamento escolar de apoio à infância, criando uma oportunidade para promover projetos de educação ambiental junto da população mais jovem.
Ao nível das acessibilidades, o seu principal acesso é a Estrada Nacional 10-3, para além de outras vias de acesso local.
A Câmara Municipal do Barreiro convida os munícipes interessados, caso pretendam contribuir ou solicitar esclarecimentos sobre estes projetos, a contactar a Divisão de Planeamento, Ambiente e Mobilidade, sito no Largo Alexandre Herculano nº 85, 4º Dt. Barreiro, pelo telefone: 21 206 85 10/2, fax: 21 206 85 11 ou por email: dpam@cm-barreiro.pt .
Partilha de experiências
Os oradores Manuela Raposo Magalhães, Coordenadora do Centro de Estudos de Arquitetura Paisagista do Instituto Superior de Agronomia, Catarina Freitas, Diretora do Departamento Estratégico de Gestão Ambiental Sustentável da Câmara Municipal de Almada, André Miguel, gestor do Projeto Hortas de Cascais partilharam as suas experiências e os testemunhos de horticultores. Foram unânimes nos objetivos das Hortas Urbanas. Focaram nas suas intervenções a importância da resiliência das cidades e das populações, ao longo da História da Humanidade. Sempre que existiram crises, as cidades desenvolveram hortas para subsistência das populações (exemplo do que aconteceu durante as duas Guerras Mundiais), promovendo cidades sustentáveis e minimizando, assim, a dependência alimentar do exterior. Pretende-se, ainda, envolver o cidadão na gestão do espaço público, promovendo a qualidade de vida dos cidadãos e melhorar a qualidade ambiental do território.
Fonte: CMB
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