operária
camponesa
companheira
dona de casa
mãe
empregada
Foi há 154 anos, no dia 8 de Março de 1857, que as operárias de Nova York fizeram greve, ocupando a fábrica, exigindo a redução do tempo de trabalho de 16 horas para 10 horas por dia e salários iguais aos atribuídos aos homens. Estas operárias recebiam menos de um terço do salário atribuído aos salários dos homens.
Estas acções organizadas terão sido as primeiras, em todo o mundo, a serem realizadas por trabalhadores do sexo feminino.
TU a quem o patrão explora
Em homenagem à luta destas trabalhadoras, numa Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, foi instituído em 1910, o dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, simbolizando a luta travada em prol dos direitos iguais entre homens e mulheres.
Tu que trabalhas a terra que não te pertence
Não quero apenas referir-me aos factos históricos que estiveram na origem nesta comemoração.
Nos tempos que correm e após a aprovação do Diploma, no dia 11 de Fevereiro de 2007, sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), importa avaliar como é que na prática tal se tem repercutido na Sociedade Portuguesa, nomeadamente sobre as mulheres:
– Atrasos, insuficiências, incompreensões quando não mesmo ostensiva recusa de aplicação da Lei, continuando a marcar de forma discriminada o acesso da mulher aos cuidados médicos garantidos no correspondente enquadramento legal.
Com igual equidade, importa assinalar o crescendo de violência que se tem vindo a notar, no tratamento da mulher, quer doméstico quer em termos sociais.
Tu que no dia a dia da tua casa
Sentes o que significa vida cara
E lutas a luta de viver todos os dias
Os recentes números trazidos a público pela APAV, seguramente inferiores à realidade, mas dando na mesma uma significativa imagem de escalada desta violência, preocupa-nos e só pode obter a nossa mais veemente condenação e repúdio.
Segundo o INE – Instituto Nacional de Estatística, no último trimestre de 2010, existiam 323 600 mulheres sem trabalho, representando um crescimento de 14% do desemprego feminino, correspondendo a 52% do total de desempregados, o que torna imprescindível e urgente a continuação da luta por um emprego digno e estável como aconteceu há 154 anos atrás.
Tu que vês o teu companheiro
Teus filhos
Trabalhando longe de ti
E de todos nós
Apesar das muitas e significativas melhorias na vida das mulheres, pelo mundo fora, ainda hoje faz todo o sentido, em assinalar esta data, pois as descriminações, as desigualdades e as violações de direitos, como o acesso à saúde, educação e emprego ainda persistem.
Tu, mulher portuguesa
És e serás
A mulher na luta.
Maria João Quaresma
Barreiro, 2 de Março de 2011
You must be logged in to post a comment Login