Esta semana no Barreiro, vai haver mais um abate massivo de material circulante CP desactivado, entre o muito material que irá ser demolido consta exemplares únicos que não tem representação museológica alguma, são elas a 21-69 004 e 22-69 014 ambas são conhecidas no meio ferroviário por  ´´mini saia´´ por não terem a típica saia (carenado).

Foram carruagens que marcaram a presença pelo país e acabaram os seus dias na linha do sul, são muito diferentes das outras carruagens Sorefame por isso merecem lugar num futuro núcleo museológico no Barreiro, para isso é preciso vontade porque daqui a uns dias não passarem  de bocados de metal.

Infelizmente o interesse por parte do MNF (apesar de não ter esse material a seu cargo tem que zelar pelo interesse da preservação ferroviária…), CP e da Câmara municipal do Barreiro tem sido mínimo, não se percebe porquê, é uma questão de defender os interesses da terra e que podia trazer dinamismo ao Barreiro.

há muito em voga o turismo ferroviário, seja com locomotivas a vapor, sejam locomotivas diesel ou automotoras bem como vagões ou carruagens, sem isso não tem sentido ter excelentes infra estruturas ferroviárias históricas como o Barreiro, vazias de material circulante (redonda única no país com o edifício da redonda praticamente em estado original, as oficinas com a fachada que era a antiga estação ferroviária do Barreiro datada de 1859, o Bairro dos ferroviários, a estação ferroviária recentemente desactivada, etc), em qualquer país davam um excelente pólo museológico que tem todas as condições para ser um sucesso, havendo interesse…

Existem muitos exemplos de como é possível dinamizar o património ferroviário usando como base protocolos com por exemplo escolas profissionais ligadas a metalomecânica ou outra área qualquer que dá para ser usada para restaurar infra estruturas ferroviárias e material circulante, bem como usando o trabalho de voluntariado que tem ganho alguma expressão.

Um exemplo Português é o de Torredeita, algum material foi cedido pela CP e foi arranjado por uma escola profissional

Para que isto tudo possa acontecer é necessário agir já, há um ano já era tarde, haja interesse que tudo se consegue, é preciso haver interesse por parte das entidades para se levar este projecto para a frente com sucesso máximo e abrir a porta para mais projectos.

Julho, 2015

André Cornamusaz