A Filipa, nossa querida conterrânea, é licenciada em Comunicação Social pela Universidade Católica Portuguesa, de Lisboa, foi membro do Rotaract Club do Barreiro entre 1997 e 2002, gosta de pintar, fazer peças de bijutaria artesanais, viajar e praticar desporto.
Pela própria, foi o livro “Os 30 – nada é como sonhámos”, apresentado numa reunião conjunta dos rotários de Barreiro e Moita.
É um livro-retrato dos jovens de 30 anos e os seus encontros e desencontros.
Dos sonhos que a juventude alimentou e que a entrada na idade adulta foi deixando pelo caminho. Um dia encontram-se para um jantar, espécie de balanço das suas vidas após a faculdade, e descobrem que a juventude se alimentou de paixões e desilusões, mas que há sempre novos caminhos e que, até resta acesa uma chama que pensavam extinta. Um fim com esperança no amor, duma juventude com algumas dificuldades de poder sonhar, ou não lhe tenham chamado “rasca”, “à rasca”.
Numa curta troca de palavras com a escritora sempre foi dizendo…sonhei escrever um livro mas, até surgir a ideia para este primeiro, nunca senti que tivesse algo suficientemente relevante para escrever. Até que comecei a aperceber-me, através de conversas com amigos e da observação, que a maioria das pessoas chega aos trinta e poucos anos um bocado perdida. Uns têm a carreira mas não conseguem assentar. Outros estão felizes na vida pessoal mas têm de trabalhar em algo de que não gostam. Outros ainda percebem que já não têm tempo para ir dar a volta ao mundo de mochila às costas, ou tirar aquele curso de fotografia, ou formar uma banda de rock. É que entre acabar o curso, procurar o primeiro emprego e tentar ter alguma independência financeira, os 20 passam a correr. E passamos do “ainda tenho muito tempo para isso” para o “onde é que agora vou ter tempo para isso?”.
E este sentimento não é exclusivo dos portugueses. É algo que senti também entre pessoas de países e culturas diferentes. Porque no fundo os 30 são quando chegamos à verdadeira idade adulta e começamos a questionar as nossas escolhas. Seja em Portugal ou no Canadá. Desta constatação à criação das personagens foi um passinho. E no prazo de um ano já tinha o livro estruturado na minha cabeça. Era sobre este sentimento que eu queria escrever. Sobre esta geração.
No entanto, quero ressalvar que este não é um livro apenas para trintões. É para toda a gente, de qualquer idade. Porque no fundo acaba por ser uma história de relações. Ou como disse a minha editora, uma espécie de “Os amigos de Alex” do século XXI.
Sobre o livro comentou um rotário presente, não trintão, mas pai de um, e que sobre este romance disse:
“O livro consegue descrever com grande perspicácia, sentimentos e situações próprias da natureza humana. Filipe, Joana e Maria representam personalidades actuais, porém já existentes na geração dos pais da rapaziada agora dos 30 ‘s, mas sem o pó para snifar. Basta fazer um exercício de memória . Filipe com a sua filosofia de não querer assumir qualquer responsabilidade. Joana querendo mostrar uma moralidade imposta pela sociedade, cujo verniz estalou à primeira pressão. Maria, a noiva que estava, quase no altar, rejeitada por um tipo que chegou à conclusão que a sua orientação sexual apontava para uma vida em comum com um arquitecto charmoso. Quando tinhamos 30 “broas” já não ouvíamos e constatávamos estas “tretas”? Só que não tinhamos uma situação económica que nos permitisse fazer a vida actual e não estávamos habituados ao pó.
Resumiu concluindo que tinha gostado da maneira como o assunto foi descrito no livro.”
Um livro a ler.
Carlos Guinote
You must be logged in to post a comment Login