Alunos aprendem comportamentos em cenário de catástrofe

Alunos aprendem comportamentos em cenário de catástrofe

Paula Almeida do Comando Distrital de Operações de Socorro – CDOS – Setúbal, e Fernando Mota, técnico do Arquivo Municipal, conduziram uma palestra para duas turmas do 6º ano, da Escola Secundária Alfredo da Silva.

Esta iniciativa teve lugar no âmbito da exposição “O Sismo de 1755. Setúbal e Barreiro” patente ao público na Biblioteca até sexta-feira, 30 de novembro.

“Sismos o que são? – Prevenção – Autoproteção” foi a temática apresentada por Paula Almeida, a dezenas de alunos.

O Sismo de 1755 foi o ponto de partida desta palestra. Paula Almeida informou que este teve magnitude de 8,75, na escala de RICHTER e foi acompanhado de Tsunami, uma onda de 15 metros.

Mostrou fotos de vários sismos ocorridos na Nova Zelândia, Chile, Argentina, El Salvador, Itália, Haiti e Japão.

No sentido de se perceber como ocorre um sismo, Paula Almeida apresentou a estrutura da Terra. O Planeta é composto por várias camadas no seu interior, sendo que a superfície terrestre é composta por placas tectónicas que se movimentam diariamente. Paula Almeida explicou que “quando é de forma mais violenta dá-se o sismo e estes são mais graves quando as placas chocam umas nas outras”.

Explicou que existem duas escalas para medir a intensidade de um sismo. A escala de MERCALLI e a escala de RICHTER.

A MERCALLI quantifica o sismo com base nos estragos que este desencadeia, por exemplo ao nível da construção. Deu como exemplo a comparação entre os sismos verificados no Chile e no Haiti. O ocorrido no Chile foi mais intenso do que o verificado no Haiti, contudo o primeiro originou menos estragos nos edifícios, uma vez que estes tinham melhor qualidade de construção.

Por seu lado, a escala de RICHTER quantifica o nível de energia liberada por um sismo.

“O que acontece quando se dá um sismo?” Paula Almeida explicou que ocorrem alterações dos rios, dos poços, surgem fumaradas vulcânicas, ruídos sísmicos e tsunamis.

“A Falha de Santo André” nos Estados Unidos foi o exemplo apresentado para um efeito secundário de um Terramoto. Existem outros. A representante do CDOS informou, ainda, que pode surgir a transformação da terra em areias movediças, as encostas resvalam nas zonas montanhosas e o “pânico é, por vezes, a causa para o maior número de vítimas”.

Comportamentos a adotar

Sublinhou a importância do Plano de Emergência de Escola e classificou-o de “uma coisa séria”. Este deve conter os procedimentos de evacuação: chefe de fila (aluno que vai à frente), cerra a fila (o professor é o último a sair) e o ponto de reunião.

Se os alunos estiverem em casa durante um terramoto, “podem estar sozinhos, mas têm de se saber comportar numa situação de catástrofe para sobreviver. Devem saber que se deve desligar o gás, depois o quadro elétrico e só depois a água”.

Deixou como conselhos: “é importante sabermos a natureza do sismo através de um rádio a pilhas, devemos fazer um plano de emergência com a família e ter em casa um kit de emergência (medicamentos, rádio)”.

Como comportamentos a adotar nessa altura, aconselhou os alunos a protegerem-se debaixo de uma mesa de madeira, ou por debaixo das umbreiras da porta, ou nas zonas interiores das casas, longe de janelas.

A concluir, Paula Almeida exemplificou a posição que o corpo deve assumir no momento do sismo. “Devemos proteger a face junto dos joelhos e entrelaçar as mãos na nuca”. E acrescentou, “quando o sismo tiver passado, devemos caminhar para as saídas de emergência”.

As consequências do Sismo no Barreiro 

O técnico Fernando Mota apresentou as consequências do sismo de 1755, no Barreiro.

Tendo como fonte as memórias paroquiais, informou que o número de pessoas mortas foi de apenas seis (quatro por desabamento de edifícios e dois por afogamento). Este número não foi elevado devido ao facto de, segundo Fernando Mota, as casas serem de construção simples (telhado de palha e tijolo de barro).

Através de imagens e fotos projetadas expôs vários edifícios que ruíram, como por exemplo o Moinho de Maré da Verderena, a Ermida de S. Sebastião, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário a antiga Feitoria da Telha, o Moinho de Maré de Palhais e a Igreja Matriz de Coina (ruina existente ainda hoje).

De referir que a exposição “O Sismo de 1755. Setúbal e Barreiro” resulta de uma parceria entre o Município, o Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) e o Comando Distrital de Operações de Socorro.

A mostra é composta por diversos materiais arqueológicos provenientes das escavações realizadas pelo MAEDS, em Setúbal. Na Rua Álvaro Castelões foram encontradas moedas, faianças calcinadas de um incêndio e no Largo António Joaquim Correia encontraram porcelana chinesa, faianças, um cachimbo em caulinite, peças de vidro (provenientes da Real Fábrica de Vidros de Coina).

Estão, igualmente, expostos imagens de painéis de azulejos da época alusivos a diversos santos, entre eles, S. Marçal – santo padroeiro dos bombeiros para proteção divina as casas.

A visitar até 30 de novembro, na Biblioteca Municipal do Barreiro.

CMB 2012-11-27

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