PALESTRA “ARTE E POLÍTICA”

PALESTRA “ARTE E POLÍTICA”

arte e politica 002NOTA1Comemorações do Centenário do Nascimento de Álvaro Cunhal

No âmbito das Comemorações do Centenário do Nascimento de Álvaro Cunhal, o Auditório da Biblioteca Municipal do Barreiro recebeu, ontem, dia 12 de junho, a Palestra “Arte e Política”, promovida pela Câmara Municipal do Barreiro e ARTESFERA – Associação de Artes Plásticas do Barreiro. A iniciativa contou com a participação de Manuel Gusmão, poeta, ensaísta e professor da Faculdade de Letras de Lisboa, e moderação de Francisco Palma, da ARTESFERA.

Manuel Gusmão abordou, em grande parte da sua intervenção, a história, as personagens, o papel do narrador dos primeiros romances de Álvaro Cunhal, escritos sob o pseudónimo de Manuel Tiago, “Até Amanhã, Camaradas” e “Cinco Dias, Cinco Noites”.

O primeiro – “Até Amanhã, Camaradas” – tem uma multiplicidade de personagens e, através dessas personagens, o narrador relata a vida do Partido Comunista Português na época do fascismo, durante o período de um ano. Segundo Manuel Gusmão as personagens integram-se num coletivo que se torna numa outra personagem – o PCP.

“Este livro está cheio de histórias que qualquer membro do partido conhece contadas por outros. É uma memória coletiva ágil e cheia de pormenores”, referiu Manuel Gusmão, considerando que “há personagens quase para todos os gostos e evoluções pessoais”.

“Cinco Dias, Cinco Noites” é um conto que relata a história de um jovem que pretende atravessar a fronteira para Espanha, em fuga à polícia política, e conta, para isso, com a ajuda de um ‘passador’, que conhece bem os terrenos fronteiriços. A história desenrola-se na década de 40, também na época do Estado Novo. A diferença de gerações, de vivências, de formas de estar, gera conflitos entre as duas personagens e situações de tensão ao longo dos cinco dias e cinco noites, “que se torna o verdadeiro interesse da narrativa”, referiu Manuel Gusmão.

Manuel Gusmão considera que “é um erro tentar identificar históricos do PCP” através dos romances de Álvaro Cunhal. “O que o narrador fez foi montar traços de pessoas nas personagens”, referiu.

Além de ter escrito estes e outros romances, Álvaro Cunhal foi também, na área da cultura, um autor e teórico do neo-realismo, tendo refletido de uma forma permanente sobre a estética, sendo referiu Manuel Gusmão, que recordou os pensamento de Álvaro Cunhal sobre a forma e o conteúdo na arte e também sobre a condição do trabalho e dos trabalhadores.

CMB 2013-06-13

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