OUT.FEST 2014 – De 2 a 5 de Outubro – vários locais do Barreiro.
Revelamos as datas e primeiros nomes para a 11ª edição do OUT.FEST – Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro, a realizar-se como habitualmente em vários espaços da cidade entre 2 e 5 de Outubro próximo. Ao longo do mês de Julho revelaremos mais artistas, locais e informações sobre bilhetes.
Cumpre-se em Outubro uma década desde a realização do primeiro OUT.FEST.
Desde 2004 temos vindo a fazer do Barreiro ponto de encontro obrigatório das periferias – musicais, geográficas, comunitárias -, bandeira da liberdade criativa, da diluição de rótulos e géneros e celebração da pulsão comum subjacente ao som como libertação, revelação e revolução.
Nesta 11ª edição voltamos a mostrar o porquê de termos colocado o termo ‘exploratório’ no léxico de todos quantos crêem na música como forma de expressão inigualável daquilo que é propriamente humano, que é aventureiramente humano, em mais quatro dias de simbiose entre cidade e som, criador e público, periferia e proximidade.
Ouvimo-nos em Outubro!
PRIMEIROS NOMES ANUNCIADOS:
PETER BRÖTZMANN & STEVE NOBLE
Por vezes delicados e swinging, por vezes emissão frontal free jazz, como patente no disco do ano passado na Trost Records ‘I Am Here Where Are You’, este ex-tra-or-di-ná-ri-o duo de saxofone & bateria apresentar-se-á em estreia nacional, no OUT.FEST no Barreiro e no Amplifest no Porto.
Noble é um excelente baterista, com um passado interessante na geração do pós-punk (integrou os Rip Rig and Panic) e um apetite insaciável por ritmos Africanos (estudou com o mestre nigeriano Elkan Ogunde), sendo um regular tropa na cena free jazz britânica, nomeadamente na Company Weeks de Derek Bailey no final da década de 80 e outras formações nos anos 90 com luminárias como Lol Coxhill ou John Edwards.
Peter Brotzmann é já matéria de lenda viva; o germânico decano (já passou dos 70 anos) e padrinho do free jazz em território europeu, lançou o inquebrantável ‘Machine Gun’ em 1968, nutriu bandas decisivas como a Globe Unity Orchestra ou os Last Exit, para além de um historial de duos com bateristas impressionante, pela sua vibrância e perenidade, de Hans Bennink a Hamid Drake, que é, há quem garanta, a melhor forma de o testemunhar, para além de todas as celebradas formações alargadas que foi dirigindo ao longo dos anos.
MAGIK MARKERS
Os Magik Markers regressaram no ano passado aos discos com o fabuloso ‘Surrender To The Fantasy’ na Drag City, promovendo-o com bem sucedidas tournées norte-americana e europeia, com passagem pela fúnebre edição ‘End of an Era pt. 1’ do histórico festival All Tomorrow Parties.
Depois da vertigem prolífica e leonina entre 2005 e 2009, editando pelo menos 12 álbuns, CD-Rs, singles e EPs, o período seguinte a ‘Balf Quarry’ de 2009 pareceu indiciar uma hibernação ambígua. Mas estes carismáticos vândalos sónicos literados, que tomaram o seu tempo até aprimorar a sua escrita de canções para um nível de equilíbrio entre o intelegível e o mistério só ao alcance dos abençoados pela Perspectiva, regressam ao nosso país em trio renovado; a Elisa Ambrogio, guitarra e voz, e Pete Nolan, bateria, junta-se agora o baixista John Shaw.
THE EX
Como escreveu José Marmeleira aquando da estreia deste incontornável colectivo holandês na ZDB há dois anos “Nenhuma banda moldada pelos anos de chumbo do punk vive hoje com a mesma liberdade e juventude. E agita os corpos e as consciências com o mesmo vigor.”
Com origem no final da década de 70, logo se tornou claro o seu abnegado intento em direccionar a energia da música popular ao serviço de uma militância política, dispensando contudo fundamentalismos estéticos ou de prática vivencial, colocando-os assim a par do pós-punk poetizado de imagens e groove das Raincoats ou dos Fall.
Ao longo dos anos travaram-se de amores reciprocados com os Sonic Youth e uma cumplicidade com Steve Albini também vem de longe, para além do disco ‘In the Fishtank 9’ de 2001 gravado com os Tortoise, mas os The Ex não se limitaram a quedar no campeonato repisado das guitarras-baixo-bateria do continuum punk.
Esta estrutura-atitude base tem vindo a integrar outros instrumentos – sopros, electrónica, acórdeão, .. – e idiomas musicais experimentados e celebrados no território de origem, como a colaboração em 2006 com o saxofonista etíope Getatchew Mekuria, oferecendo-se como a sua banda em estúdio para o disco ‘Moa Anbessa’, e o interesse por canções folk de latitudes diversas.
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