VI FESTIVAL ENCONTROS – Cores, Sons, Sabores e Saberes

VI FESTIVAL ENCONTROS – Cores, Sons, Sabores e Saberes

jon luzTrês dias de animação, cultura e convívi

A Praça de Santa Cruz recebeu, durante três dias, de 8 a 10 de maio, o VI Festival Encontros, num ambiente de muita animação e convívio e ‘troca’ de ‘cores, sons, sabores e saberes’ entre pessoas naturais de diversos países. A gastronomia, a música, a dança, o diálogo fizeram parte de um vasto programa, promovido pela Câmara Municipal do Barreiro, associações de imigrantes do Concelho e Rumo e CLDS + Barreiro.

“Acredito que este projeto vai continuar e crescer mais”, referiu Regina Janeiro, no terceiro dia do Festival, aos membros das associações de imigrantes. A Vereadora da CMB, responsável pela cultura, educação e intervenção social, referiu que este festival segue “um dos princípios da nossa gestão: fazermos todos juntos”. A Autarca considera que foi uma “decisão certa” aumentar os dias do festival, abri-lo à comunidade e alargar o programa.

A possibilidade de, através deste festival, poderem mostrar a cultura, os hábitos e costumes de cada povo, é uma mais-valia, salientada pelos responsáveis das associações de imigrantes, que foram unânimes na vontade de continuar este projeto. MBayade Hilário, da Associação dos Filhos e Amigos da Ilha das Galinhas – “GHAM-ATHÉ” afirmou, inclusive, que seria interessante mostrar o trabalho desenvolvido no Barreiro noutros locais do País.

Augusto de Sousa, da RUMO, salientou que “a diversidade é um valor, a partilha é o alimento”, considerando que “temos de fazer um caminho partilhado. Cada um de nós tem de celebrar a sua própria cultura e pô-la em contacto com os outros”.

“É muito importante para o Barreiro esta convivência solidária”, referiu.

Na Abertura Oficial do VI Festival Encontros, a 8 de maio, João Rodrigues, em representação das Associações de Imigrantes do Concelho do Barreiro, referiu que esta iniciativa marca o início de uma sã convivência e que será uma oportunidade de afirmar e promover a cultura e os costumes de outros países.

Por seu lado, o Presidente da CMB salientou que “é muito importante para o Barreiro esta convivência solidária”. Carlos Humberto de Carvalho referiu também a importância de “juntar culturas e de construirmos em conjunto. A partir do que cada um de nós é, construímos um Mundo cada vez mais global e solidário”.

“Era bom que não fossemos obrigados a sair do nosso País por razões económicas e politicas”, referiu, considerando que iniciativas como o Festival Encontros são também uma “chamada de atenção para estas questões”

Ciclo de documentários

Após a abertura oficial, decorreu a visita ao recinto do Festival, nomeadamente ao espaço reservado às associações, onde a gastronomia do mundo podia ser apreciada pelos visitantes do Festival, e à Casa-Mãe, onde esteve patente a exposição de fotografias de imigrantes residentes no Barreiro, “O Mundo é de Todos”, captadas pelo Clube de Fotógrafos do Barreiro. De salientar que algumas destas fotos estão também em exposição na fachada dos Paços dos Concelho.

De seguida, na Sala Multiatividades do CLDS+ Barreiro, decorreu a exibição dos Documentários “A Minha Pátria” e “Sfa?nta? ni-i casa”. Estes documentários inserem-se no Projeto Municipal Identidades – Encontro de Culturas, desenvolvido pela Câmara Municipal do Barreiro em conjunto com as associações de imigrantes do Concelho, e refletem a vida de uma família angolana e de uma moldava residentes no Barreiro. Pretende-se que este projeto tenha continuidade e que abranja outras famílias de outros países.

João e Helena, naturais de Angola, imigraram para Portugal ainda em crianças. É neste País que têm vivido, que trabalham, que casaram e onde estão a criar os filhos. Mas a cultura angolana – na gastronomia, na música, nos trajes… – está presente nas suas vidas e na sua casa. David e Sofia não conhecem a terra natal dos pais, mas aceitam, gostam e adaptam à sua maneira de estar e de ser o que lhes é transmitido da cultura angolana. O Documentário pode ser visualizado em http://youtu.be/SfkGJNvP3mY

Rodica e Viorel imigraram para Portugal. Somaram amor, dividiram responsabilidades. Nasceu a Madalena e decidiram ficar por cá, em Portugal, onde os sonhos de uma vida melhor, aos poucos, se tornam realidade. Mas não esquecem as origens. E as saudades. A casa de ambos reflete a cultura moldava, em cada objeto, em cada livro. E há um canto, que é Santo. Rodica e Viorel escolheram São Miguel para cumprir o papel de protetor e trazer sorte às suas vidas. E assim tem sido! O Documentário pode ser visualizado em http://youtu.be/kJCF8kvrZyQ.

Ainda no dia 8, teve lugar a Palestra “A Verdadeira História da Língua Portuguesa” (1214-2014), pelo professor mestre Roberto Moreno, que defende que o português deriva do galego. “O galego é um diamante bruto. Portugal lapidou o diamante ao longo de oito séculos”, referiu, entre outros aspetos, Roberto Moreno.

No Palco Encontros, atuaram, nessa noite, o Grupo Coral Alentejano “Os Amigos do Barreiro”, Lil´Wallace – LWC (Rap Brasileiro) e Henriquinho Júnior (Músico Guineense).

Urbanvibsz encerraram o programa de dia 8, no Palco Festival, ao qual assistiram centenas de pessoas.

A 9 maio, na Sala Multiatividades, o Debate “O papel das associações de imigrantes na sociedade de acolhimento” contou com a participação de vários intervenientes das associações de imigrantes. Na sessão de abertura, MBayade Hilário afirmou que “a diversidade só pode enriquecer. Mas temos de aceitar a diversidade porque, ao contrário, só geramos conflitos. O nosso desafio principal é aceitar a diversidade”.

O Presidente da CMB, lembrou que, “quando cada um de nós está fora do seu meio tradicional tem problemas específicos e concretos. E é essa reflexão que teremos oportunidade de fazer. Qual o papel das associações do ponto de vista concreto e prático, não apenas do ponto de vista da cultura e dos saberes”.

Reunidos em grupos, os participantes apresentaram várias sugestões para facilitar a integração dos imigrantes, ao nível do trabalho, da habitação, do ensino, da saúde, entre outras áreas.

O Teatro Infantil “Viajando com Violeta – Destino China” e o Workshop com DC – Dance Coolture (Dança Júnior) animaram os mais novos, durante a tarde.

 No Palco Encontros, a animação esteve a cargo do Grupo Muzenza | Associação Pernada Carioca (demonstração de capoeira), Rancho Folclórico do Lavradio, Rancho Folclórico do Barreiro, Grupo Coral Alentejano UTIB, Miorita – Associação Cultural dos Imigrantes Moldavos, Sevilhanas (Poente Del Rio | Professora Isabel Soares), Grupo de Dança Angolana “Os Pacificadores” do Centro Social “Bom Samaritano”, Jon Luz (Músico Cabo-Verdiano) e Batuque Finka Fé (Grupo de Batucadeiras do Moinho da Juventude). Os HMB animaram o final da noite no Palco Festival.

No último dia do Festival Encontros, a 10 maio, a manhã foi dedicada aos mais novos com Dança Criativa / Contemporânea Infantil “O Beijo da Palavrinha”.

No Palco Encontros, à tarde, atuaram o Grupo Coral Alentejano Unidos do Lavradio, Dragostea (Música Moldava) e African Shine (Dança Decale e Afro House).

No Palco Festival, o público assistiu ao espetáculo de Roda de Choro de Lisboa.

A organização do VI Festival Encontros esteve a cargo de CMB; RUMO – Cooperativa de Solidariedade Social CRL; CLDS + Barreiro; Associação Africana do Barreiro; Associação Angolana do Barreiro; Associação de Filhos e Amigos de Bachil; Associação dos Filhos e Amigos da Ilha das Galinhas – “GHAM-ATHÉ”; Miorita – Associação Cultural dos Imigrantes Moldavos, e insere-se no Projeto Municipal Identidades – Encontro de Culturas. 

Fonte:CMB 

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