1ª Sessão de Participação Pública do PEDTVB
A primeira sessão de participação pública do Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico e da Visitação do Barreiro (PEDTVB) teve lugar no dia 11 de janeiro, nos Paços do Concelho, e foi dirigida a eleitos do Município do Barreiro. Estas sessões de participação fazem parte do programa “Barreiro em Desenvolvimento” – Roteiro do Desenvolvimento Económico, promovido pela Câmara Municipal do Barreiro, nos meses de janeiro e fevereiro.
De salientar que o PEDTVB foi elaborado no âmbito da candidatura aprovada ao Quadro de Referência Estratégico Nacional “Barreiro Memória e Futuro”, que permitiu um conjunto de investimentos na área do turismo, segundo referiu Márcia Calafate, responsável pelo Gabinete Municipal de Desenvolvimento Económico e Estratégico da CMB.
Trata-se de um documento que ainda não está ‘fechado’, apesar de se encontrar numa fase de construção avançada. “Queremos recolher opiniões e sugestões, de modo a enriquecer o trabalho”, referiu o Presidente da Autarquia Barreirense, Carlos Humberto de Carvalho, na sessão.
O PEDTVB “pretende constituir-se como um documento de apoio ao desenvolvimento da atividade turística e da visitação do Concelho, consubstanciando uma estratégia para dinamizar o turismo e a visitação, na expectativa de valorizar e divulgar os seus recursos patrimoniais e identitários, e assim robustecer e diversificar a sua base económica e incrementar o seu posicionamento competitivo no contexto metropolitano e regional”, refere a introdução do documento apresentado na sessão de participação pelo Professor José Manuel Simões, da empresa RUR, responsável pela elaboração do PEDTVB.
“O Barreiro é um Concelho com muitas memórias e tradições, com elementos que podem atrair nichos de turismo” referiu o Geógrafo e Urbanista, responsável pelo Doutoramento em Turismo da Universidade de Lisboa, José Manuel Simões.
Na Estratégia de Desenvolvimento Turístico para o Barreiro, elegeu como pontos fortes e oportunidades, a centralidade e acessibilidade no contexto da Área Metropolitana de Lisboa; a diversidade de tipologias dos recursos identitários e patrimoniais existentes, destacando-se o valor da memória e do património associado à atividade industrial e ferroviária; a herança diversificada de várias atividades com relevância histórica ao nível nacional; a oportunidade de desenvolvimento hoteleiro associada à instalação do terminal de contentores; entre outras.
Porém como pontos fracos e ameaças salientou a insipiência do desenvolvimento do turismo de recreio e lazer; limitações da oferta e da qualidade do alojamento turístico; insuficiente empreendedorismo turístico e limitações dos operadores turísticos; envelhecimento do centro histórico e de alguns recursos patrimoniais; inexistência de praias fluviais reconhecidas e classificadas; imagética associada à indústria pesada poluente e à de subúrbio-dormitório; polarização de Lisboa enquanto destino turístico; redução do número de carreiras fluviais e aumento da duração da viagem; e dificuldade de afirmação isolada de produtos gastronómicos locais.
José Manuel Simões apontou como domínios transversais de intervenção:
Visibilizar: Dar notoriedade aos recursos locais no contexto dos fluxos turísticos metropolitanos;
Posicionar: (Re)Enquadrar o Barreiro através de uma identidade própria forte e atrativa;
Dinamizar: Criar condições que permitam a potencialização dos processos de visitação;
Envolver: Favorecer sinergias entre os vários atores territoriais.
E apontou ainda, dando exemplos, as ações e projetos estruturantes capazes de atração turística e de visitação, designadamente:
– Promoção de circuitos turísticos e de visitação temáticos: circuitos da Memória Operária e da Resistência Política, da Memória Industrial, da Memória Ferroviária;
– Promoção de eventos de âmbito cultural: nas áreas de street art, fotografia, cinema e vídeo industrial;
– Promoção de eventos de âmbito desportivo: essencialmente nas modalidades de vela, remo e canoagem;
– Valorização funcional da frente rio;
– Criação de transporte de apoio e estímulo à visitação: através nomeadamente da criação de um minibus turístico;
– Disponibilização de informação turística: desenvolver suportes tecnológicos de disponibilização de informação;
– Criação de uma unidade de museologia ativa no domínio das memórias e inovações industriais e ferroviárias;
– Incentivo à instalação de alojamento qualificado;
– Criação de um Fórum de concertação de turismo.
Fonte: CMB
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