As vozes de Samuel, Francisco Fanhais e Manuel Freire encantaram o público do AMAC, ontem (13 abril). Foi uma pena a sala não estar completamente cheia! Eles mereciam e merecem muito mais! Cantores como eles trouxeram a poesia para a rua e fizeram dela uma arma. Eles estiveram entre aqueles que se bateram pelos ideais de liberdade e democracia que temos usufruído e que tememos perder! Eles representam a revolução e a mudança. Não se trata apenas de uma mudança política e social mas também cultural. Ouvi-los cantar a nossa história, evocando outros, como o grande Zeca Afonso, que não estavam ali, fisicamente, mas que sentimos o seu espírito na sala, transformou-se num momento único que permitiu partilhar as nossas memórias coletivas. São estas histórias coletivas que nos enobrecem como povo português. Por isso participar em eventos como este faz todo o sentido. Afinal o Barreiro é uma terra mítica de trabalho, resistência e luta marcada pelo associativismo e pela participação e solidariedade dos cidadãos, homens e mulheres. As vozes que, atentamente escutámos, fizeram lembrar a alma e a força que a música de intervenção teve e que, nos dias de hoje, tanto sentido continua a fazer.
Sentiu-se, na plateia, que só poderíamos retribuir, para além da nossa presença, já que não podíamos ir ao palco, com um grande Bem haja aos amigos (cantores e instrumentistas) que cantaram para nós e connosco os temas que foram e serão sempre verdadeiros Hinos de Liberdade.
Obrigado a estes amigos que souberam transportar, atrvés das suas canções, a um passado de luta tão presente.
Clara Soares
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