“O Medo e a Ira” pela Associação Projéctor

“O Medo e a Ira” pela Associação Projéctor

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O Auditório Municipal Augusto Cabrita recebe, nos dias 26 e 27 de abril, pelas 21h30, a peça de teatro “O Medo e a Ira”, pela Associação Projéctor – Companhia de Teatro do Barreiro. Esta iniciativa insere-se no programa de Comemorações do 39º Aniversário do 25 de Abril de 1974. Na página da Internet da CMB – www.cm-barreiro.pt – pode ganhar bilhetes duplos para assistir à peça.

Sinopse

Convidamo-lo a entrar connosco no universo surreal da realidade. Venha até onde o quotidiano atinge o absurdo. Faça-o através da epopeia dos heróis do dia-a-dia. Compartilhe a poesia dos pequenos gestos, com e sem sentidos, em que as vivências podem transformar-se. É este o universo de O Medo e a Ira.

A peça será apresentada num contínuo de três partes, três espaços, três possíveis tempos, separados pelos constrangimentos narrativos. Cada parte representa um pequeno extrato das condições e contradições sócio culturais, das significações e futilidades perspetivadas por quem observa ou vive os acontecimentos. No primeiro tempo, através de falas paralelas das personagens – solilóquios dialogais – Homem, Senhor Mais Um e Suzalva, confrontam-se com a insatisfação pessoal e afetiva, há procura de uma identidade, de um espaço de liberdade, distinto para cada personagem. Estabelecem-se os limites dos relacionamentos e das estratégias de sobrevivência perante um poder desconhecido- apesar de omnipresente – e despótico. Observa-se a submissão, intui-se e revolta, mas o medo domina.

Na segunda parte aflora-se a intromissão da guerra na vida das pessoas. Iniciado pelo lamento de um soldado acabado de morrer (acabei de morrer à cinco minutos) segue-se o percurso dessa personagem, espreitam-se-lhe os afetos contrariados pelas obrigações (o lugar onde está nunca é aquele em que gostaria de estar) os desejos sonegados (a amada está sempre distante), as esperanças (a morte prematura impedi-lo-á de alcançar a justiça que pretende para si e para os outros). Trata-se de uma procura aparentemente sem sentido, porque assente sobre o porvir de uma juventude já, de vários modos, ameaçada de morte pela iniquidade das guerras coloniais.

Na terceira parte inicia-se a descoberta da repressão, da pobreza, da humilhação contínua. Assinalam-se os sucessivos atos repressores, o acumular de revolta, o ato libertador. A representação decorre em dois espaços diferenciados. Os jovens, estudantes resistentes, estão presos; a Mulher e o Camponês lutam no agro contra a fome e o desmedido mando dos agrários. Juntam as suas vozes com as dos malteses (Zé Pires) de tudo desapossados, quebram o medo, deixam crescer a ira e juntos, partem as grilhetas, avançando um passo mais nos caminhos da Liberdade.

Presença constante é a dos guardas. Símbolos do esmagamento dos quereres individuais e coletivos, são incontornáveis e teremos sempre de contar com eles, tal como, mesmo em momento de rotura, ousarão continuar a ameaçar. Também o coro, a principal personagem nas suas diversas vozes, nunca abandonará a cena. Representa a consciência grupal, o verdadeiro motor dos percursos históricos, porque a liberdade é uma conquista coletiva, nunca completamente conseguida, sempre em processo. Sem defendermos o determinismo histórico, não poderemos ficar indiferentes à dialética ação/inação, imobilismo/mudança, repressão/liberdade, tentando, ao mesmo tempo, demonstrar, em cena, a poeticidade do intento.

Esperamos que a beleza o penetre e nela a consciência se fortaleça. Se conseguirmos um mínimo destes propósitos, estarão validados os esforços de todos quantos contribuíram para erigir o espetáculo que, aqui e agora, vos propomos.

Encenação: Abílio Apolinário

Duração:1h45 (aprox.) s/ intervalo

M/16

Ingressos: 5,00€

Informações e venda de ingressos:

Auditório Municipal Augusto Cabrita

T. 21 214 7410/11

Bilheteira: de 3ª a 6ª, das 17h30 às 20h00

Posto de turismo | Mercado Municipal 1º de Maio | 21 099 08 37

De 3ª a sábado, das 09h30 às 113h00 e das 14h30 às 18h00

CMB 2013-04-16 

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