Apesar de a CP ter reconhecido publicamente que a electrificação da “Linha do Sado” permitiu um aumento da ordem dos 11% do número de passageiros, não se compreende que o serviço da CP, quando tudo indicava e justificava poder melhorar de qualidade, tenha piorado em todos os aspectos que envolvem a sua responsabilidade em servir os utentes e as populações circundantes.
. São os frequentes atrasos nos comboios provenientes de avarias no material motor e da ausência de uma UQE de reserva, de que resulta uma deficiente manutenção do material circulante e o consequente incumprimento de horários, causadores de incalculáveis prejuízos aos utentes;
. É a quase inexistência de manutenção dos elevadores no troço entre Barreiro/Pinhal Novo, que leva ao não funcionamento de alguns durante meses;
. É a ausência de medidas que impeçam o vandalismo e o roubo de equipamentos como bancos metálicos, varandins e outros bens, que representam valores saídos dos cofres do Estado;
. É a ausência de um serviço de higiene e limpeza nos locais de embarque no troço acima referido.
a par da degradação do serviço público prestado pela CP aos utentes, há a ameaça de um brutal aumento nos transportes públicos proveniente da imposição da “Troika” a que se juntam as recentes e alarmantes declarações do Primeiro-ministro de vir a privatizar a transportadora ferroviária.
Esta pretensão, que vem no seguimento da intervenção de um deputado do PSD há dois anos na Assembleia da República, certamente que satisfará a pressão de grandes grupos financeiros no sentido da “privatização de todos os transportes públicos do país”, mas não servirá os utentes, não serve as populações e seguramente que não levará à grande exigência das populações – o desenvolvimento económico da região em que estamos inseridos.
Para a Comissão de Utentes da “Linha do Sado” não existem dúvidas de que a entrega da exploração da “Linha do Sado” ao sector privado, cujo objectivo assenta na exploração tendo como fim o aumento do lucro, iria inevitavelmente levar ao aumento do tarifário e ao acentuar da precariedade do serviço.
Significaria ainda o desembolso por parte do Estado de uma verba anual imensamente maior da que comporta actualmente com a CP, a ceder ao privado como “apoio e incentivo” que é praticado actualmente com a Fertagus.
Para a Comissão de Utentes, a situação na “Linha do Sado” impõe, como uma necessidade para a melhoria do serviço a prestar pela CP, que sejam tomadas as seguintes medidas, que permitam:
. A existência de uma unidade motora de reserva;
. Uma eficiente manutenção do material circulante e dos elevadores;
. A circulação de mais um comboio pelo menos, com rampa para utentes com deficiência motora;
. De vigilância nos locais de embarque no troço entre Barreiro/Pinhal Novo;
. De um serviço de higiene e limpeza nos locais de embarque;
. A existência de uma bilheteira no apeadeiro da Moita para necessário atendimento dos utentes;
. Que a EMEF do Barreiro seja aproveitada para manutenção do material circulante;
. Que a “Linha do Sado” continue como um serviço público prestado pela CP.
Apelamos ao protesto dos utentes e populações!
Julho de 2011
A Comissão de Utentes da “Linha do Sado”
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