NOS 50 ANOS DA GUERRA COLONIAL

A DERROTA COLONIAL ANUNCIADA

A saída do general americano Petraus do Afeganistão, numa altura em que os “taliban” atacam em todas as frentes e no próprio coração de Kabul, significa que o “herói” do Iraque foi derrotado juntamente com a política belicista de Barak Obama e dos seus amigos da NATO, incluindo Portugal !

Recordemos um pouco de história.

Depois de mais de uma dezena de anos de guerra terrível, com mais de 500 mil efectivos americanos, milhões de toneladas de bombas e de napalm lançadas sobre o Vietname do Norte, mais de um milhão de vietnamitas mortos, os norte-americanos saíram da Indochina derrotados!

Claro , a história oficial fala em retirada estratégia !…

Depois de uma acção psicossocial intensa e capciosa, para subtrair as populações à influência do PAIGC, António de Spínola saiu da Guiné- Bissau derrotado, em Julho de 1973! Claro, a versão oficial não foi essa!…

Depois de uma acção militar agressiva ( e desastrosa!…), com o anúncio público da vitória final sobre a Frelimo, Kaúlza de Arriaga saiu de Moçambique derrotado, em  Junho de 1973 ! A versão oficial foi distinta, claro!

Depois de quase dez anos de agressão colonial, a América do Norte e a NATO, vão sair inexoravelmente derrotados do Afeganistão, embora a versão oficial vá dizer outra coisa, enredados na própria teia que teceram.Os “estudantes de teologia”, tal como Bin Laden que os apadrinhou, foram “fabricados” e armados pelos americanos nos anos 80, para derrotarem os ocupantes soviéticos.

No ano em que se comemoram os 50 anos do início da Guerra Colonial em Angola, quando se promovem algumas iniciativas de  carácter militarista e saudosista e se registam tentativas de branqueamento e de reescrever a História, importa sublinhar esta derrota colonial anunciada e tirar uma conclusão simples, que os imperialistas teimam em não aprender : na história eloquente e épica da luta de libertação dos povos, mais tarde ou mais cedo os ocupantes e opressores colonialistas são derrotados

Foi assim no Vietname, na Guiné, em Angola e em Moçambique, será assim no Afeganistão, mesmo que ensombrado pelo fanatismo religioso, deixando ao povo afegão o direito de decidir do seu futuro.

Armando Sousa Teixeira

22/ 7/2011