Foto reportagem do incêndio ocorrido hoje dia 23 de Setembro na Quinta do Bramcamp, onde a antiga casa apalaçada, arvores centenárias e outras casas, da antiga quinta ficaram completamente destruídas. O incêndio foi combatido com a presença de 4 corporações de bombeiros que “assistiram” ao incêndio controlando, para que não se propagasse a outras zonas.
A MORTE ANUNCIADA DA ÚLTIMA FÁBRICA DE CORTIÇA DO BARREIRO
É do conhecimento público, a última fábrica de Cortiça no Barreiro, onde funcionava a empresa: “Esence – Sociedade Nacional Corticeira SA, “morreu”.
A empresa Corticeira foi declarada insolvente por decisão judicial proferida pelo Tribunal de Comércio de Lisboa em 4 de Julho de 2008.
O seu património foi vendido em leilão, sendo que 3 empresas da área de actividade sucateira adquiriram o recheio da Fábrica, equipamentos, máquinas, ferramentas, etc…etc…, e o terreno foi adquirido pelo BCP.
A imagem de desmantelamento da fábrica é desoladora, como é desolador observar o estado de degradação do Moinho de Maré ali existente.
Ver todas as máquinas serem desmanteladas para serem vendidas como sucata, ver o conteúdo dos últimos produtos ali confeccionados, amontoados com destino a um qualquer contentor de lixo, é confrangedor.
Tomar consciência, de que, todo aquele local que já fervilhou de vida, onde se produzia e gerava riqueza para o País, onde se empregavam famílias inteiras, que com os seus salários pagavam os impostos necessários ao desenvolvimento do Estado, verificar que boa parte da produção daquela fábrica se destinava a exportação, contribuindo assim para um maior equilíbrio entre as exportações e importações, não passa agora de um amontoado de lixo, é desolador.
“Morta” a última fábrica de Cortiça do Barreiro, que memórias ficam para o futuro dos nossos filhos, desta actividade industrial, que, em tempos, foi deveras importante para o Concelho?
Talvez se possam recolher algumas peças das que se destinam à venda como sucata para que se possa contar a história da indústria Corticeira no Barreiro; talvez se possa preservar algum daquele Património, tal como aconteceu no Concelho vizinho do Seixal, aquando da extinção da Mundet; talvez se possam recolher umas quantas peças que mais tarde, possam contar a história da cortiça, integrando um futuro Museu da Indústria no Barreiro.
Diz o poeta que “O Homem sonha, a obra nasce”.
Vamos sonhar que é possível escrever a história do Barreiro, incluindo a indústria que faz integrante do nosso Património, da nossa Memória, que queremos preservar para o Futuro dos nossos filhos.
Vamos sonhar que é possível que no território de Alburrica, onde se encontra o terreno em causa, não vai nascer um condomínio privado, de luxo, composto por enormes blocos de cimento que cortem a vista para o rio, que destruam o último moinho de maré que existe no Barreiro.
Vamos sonhar, porque, talvez sonhando, a obra nasça!
Barreiro/2010
José Encarnação
6 Responses to "Bramcamp… O FIM!"
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