Mês da Música Outubro’11 – A Cidade e a Música

Mês da Música Outubro’11 – A Cidade e a Música

Música em Festa

Outubro é sinónimo de música no Barreiro. A Câmara Municipal preparou uma diversificada programação para o “Mês da Música Outubro’11 – A Cidade e a Música”. De forma a captar públicos diferenciados, estão agendados, por todo o Concelho, concertos de jazz, de Órgão de Igreja, música experimental, fado e canto coral. Esta festa da música inclui actuações de bandas filarmónicas e da orquestra ligeira, matines dançantes, sessões de “Horas do Conto”, para além de exposições e cinema (ver programa em anexo).

Na conferência de apresentação do Programa, realizada, ontem, dia 26 de Outubro, no palco da Casa da Cultura, a Vereadora Mónica Duarte, responsável pela Cultura, explicou que a programação, baseada numa estratégia de descentralização, reflecte o que música representa para a cidade: “A música faz parte da história da cidade”. “Nos finais da década de 80/90 surgiu, no mês de Outubro, este evento que sempre teve uma programação extensa, no sentido de alcançar diferentes públicos e estilos musicais”, informou. A edição deste ano não é excepção. “Queremos, cada vez mais, cruzar a música tradicional com a mais contemporânea”.

Segundo Mónica Duarte um dos objectivos do evento “é a captação de novos públicos. Para além dos concertos pedagógicos, as escolas de música (como a de Jazz, a Banda do Barreiro, a URCD de Coina) têm levado jovens a optar pela carreira da música”.

Outra das apostas do “Mês da Música”, referiu a Vereadora, foi a de envolver vários espaços municipais, tal como a Biblioteca que acolherá o ciclo de cinema na área da música e pretende ligar a literatura à música, através de workshops infantis.

Mónica Duarte encerrou a intervenção convidando a população a assistir, no dia 1 de Outubro, Dia Mundial da Música, sábado, pelas 11h00, ao espectáculo de rua “Eclodir Azul” – Orquestra de Percussão Portuguesa, no largo do Mercado 1º de Maio, numa clara aposta no espectáculo de rua.

O programa inclui os concertos de Órgão da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e abraça o OUT.FEST – Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro. Para falar sobre as respectivas programações, na ocasião estiveram presentes António Sardinha, programador dos concertos de Órgão da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Presidente da Direcção da Cooperativa Cultural Operária Barreirense, e Rui Dâmaso, Director Artístico do Festival.

António Sardinha agradeceu o desafio feito pela Câmara do Barreiro. Confidenciou o gosto que tem pela música, e considera que “o mais importante é que cada um tenha em si o gosto pela música independentemente da sua natureza”. Considera que “o cruzamento dos estilos e das formas de tocar atravessam os tempos e os gostos”.

Recordou os primeiros registos de actividade musical no Concelho, no séc. XVIII, com o surgimento do Órgão de Nossa Senhora do Rosário, graças à Rainha de D. Maria Pia. O instrumento foi utilizado nas festas em honra de Nossa Senhora do Rosário, para mais tarde cair em desuso, “porque é um instrumento caro de manutenção”. António Sardinha lembrou que com apoio da CMB e do IPPAR foi possível a recuperação do instrumento que “honra esta terra e o povo do Barreiro”.

Na segunda metade séc. XIX, a actividade musical do Barreiro é riquíssima através das suas bandas, desde a SFAL, Franceses, Penicheiros e Santo António. Nesse tempo, as bandas passavam pelas ruas e, foi neste contexto, que desafiou a Banda Municipal a actuar pelas ruas no sentido de “estimular a participação da população”.

O Barreiro sempre teve, segundo António Sardinha, “um gosto pela música. Hoje temos uma pluralidade de actividades musicais no Concelho”.

Em relação ao programa, destacou o concerto de Jazz da Big Band, no dia 22 de Outubro, sábado, pelas 16h00, nas oficinas da EMEF. Lembrou que o caminho-de-ferro foi “o embrião do desenvolvimento do Concelho, sem ele não teria existido a CUF, ou as fábricas de cortiça”.

Destacou, ainda, os concertos do organista António Duarte, no dia 7 de Outubro, pelas 21h30, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, e do organista António Manuel Esteireiro, dia 28 de Outubro, pelas 21h20, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Ambos com entrada livre.

Por seu lado, Rui Dâmaso ressalvou a “clara subida de patamar que o OUT.FEST conseguiu alcançar no ano anterior pelo reconhecimento da Direcção Geral das Artes, facto que se voltou a repetir este ano, fazendo com que, na opinião de Rui Dâmaso, nos “aproximemos do festival que sempre sonhámos”.

Para o Director Artístico, o principal objectivo este ano “é manter o nível a que conseguimos chegar e mostrar o que de bom se faz”. E que o evento “possa contribuir para cimentar a dinâmica em que a cidade é conhecida, como uma cidade especial no domínio da música”.

Explicou que as músicas experimentais abrangem uma grande multiplicidade de géneros, tais como o jazz, o rock e música contemporânea.

Para Rui Dâmaso, “um Festival deve ser um símbolo do amor que há no Barreiro por todas as músicas. Este pretende ser um corolário do trabalho que fazemos enquanto associação, ao longo do ano, com várias colectividades do Barreiro”.

Do cartaz do OUT. FEST destacou o concerto de “Schlippenbach Trio”, no dia 4 de Outubro, pelas 21h30, no Be Jazz Café, com o regresso de Alexander Schlippenbach após presença na anterior edição do Festival.

Salientou os concertos dos músicos nacionais Sei Miguel e Norberto Lobo, no próximo dia 7 de Outubro, pelas 21h30, na Galeria Municipal de Arte.

Terminou destacando a apresentação do projecto “Sons do Arco Ribeirinho Sul”, no dia 5 de Outubro, pelas 16h00, no Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada. Este trabalho atravessará três edições do OUT.FEST e pretende catalogar os sons da Mata da Machada e do Sapal do Coina, dando origem a um arquivo patrimonial original, online, desde património natural.

 

CMB 2011-09-27

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