Inserida na política ambiental do Município assente numa estratégia de protecção da Mata Nacional da Machada e do Sapal do Rio Coina, teve lugar a primeira sessão pública sobre a Mata da Machada e o Sapal do Rio Coina, no passado dia 30 de Setembro, no Auditório da Biblioteca Municipal do Barreiro.
Dezenas de pessoas participaram nesta iniciativa que pretendeu classificar a Mata da Machada e do Sapal de Coina como, segundo o Vereador Nuno Banza, responsável pela Sustentabilidade Ambiental, “as áreas mais relevantes do ponto de vista da conservação da natureza no Barreiro”. O Autarca adiantou que “há muitos anos que se tem vindo a consolidar uma estratégia que visa o reforço do papel da Mata e do Sapal naquilo que é a política ambiental do Município”. Para tal e segundo Nuno Banza “é fundamental o envolvimento de todos os parceiros, de todos os actores locais e dos cidadãos para termos aqui uma estratégia de sucesso que permita que a Mata e o Sapal sejam uma referência”.
A iniciar a sessão, o Vereador lançou o desafio aos participantes. A sessão pretendia “recolher contributos para que possamos consolidar a estratégia que queremos assumir em termos de sustentabilidade para a Mata e para o Sapal”. A intenção do Município de classificar o Sapal de Coina e a Mata da Machada como Reserva Natural Local – para o Vereador “não faz sentido se não for com as pessoas e as entidades”.
Preservar hoje e perspectivar o futuro
O Presidente da Câmara, Carlos Humberto de Carvalho saudou a iniciativa e adiantou que apesar da difícil conjuntura económica, está convicto que “não se pode pôr em causa a estratégia para o Barreiro, que passa por questões de carácter ambiental e relacionadas com a Mata da Machada, com o Sapal de Coina e com todo o estuário do Tejo”.
O Presidente defende a “preservação deste património natural no presente e a necessidade de perspectivá-lo para o futuro”.
O desenvolvimento do Barreiro passa, segundo o Autarca, pelas questões económicas e pela criação de riqueza e de emprego. “É preciso não desistir e não abdicar e é preciso uma grande persistência nestes momentos. Estou convencido que nós somos uma terra de gente persistente e de gente combativa, que não abdica do que são os seus objectivos apesar dessas dificuldades”.
O programa da sessão envolveu as apresentações: de “Boas Práticas: Parque Biológico da Gaia”, por Nuno Gomes de Oliveira, director do Parque Ecológico de Gaia e do “Diagnóstico do Plano Estratégico da Mata da Machada”, pelo arquitecto António Pinto Ângelo.
O primeiro orador apresentou o exemplo de sucesso do Parque Biológico de Vila Nova de Gaia e recordou os cerca de 30 anos de trabalho.
Nuno de Oliveira e a sua equipa irão colaborar com a CMB neste processo para, se possível, “ajudar a evitar alguns erros”. Considera que “o que é importante é conhecer outras experiências e adaptá-las”, referiu.
Por seu lado, o arquitecto António Pinto Ângelo apresentou o “Diagnóstico do Plano Estratégico da Mata da Machada” mencionando os elementos que serão enquadrados na área de Reserva Natural Local. Este trabalho terá em conta a recomendação do Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT-AML) que entre outras “Pequena peça de um Puzzle”
Na segunda parte da sessão e sob orientação do Professor João Farinha, da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa e da sua equipa, os participantes distribuíram-se em grupos e produziram um conjunto de ideias que irão permitir nortear a estratégia para a Mata e Sapal.
A possibilidade de criação de um espaço para bar/loja onde fosse possível a venda de produtos relacionados com Mata e o Sapal (como por exemplo o mel), a dinamização do Campo Arqueológico e a possibilidade de criação de um Núcleo Museológico no local, a criação de uma linha verde de autocarros dos TCB, com carreiras para a Mata, ao fim de semana, foram algumas das ideias apresentadas.
Após as apresentações dos trabalhos, o Professor João Farinha revelou que a Faculdade irá elaborar um relatório com todos os contributos e que este servirá de referência para o Plano Estratégico da Mata da Machada.
O Vereador Nuno Banza deseja que o contributo de cada uma das pessoas possa ficar e que possa ser uma “pequena peça de um puzzle”.
Assegurou que a contribuição dos presentes, com o apoio da Faculdade e o trabalho do arquitecto Pinto Ângelo, será pública e será apresentada. Pretende recolher, cada vez, mais contributos “para que se vá consolidando na sociedade Barreirense essa ideia de força de que a Mata e o Sapal são para cada um de nós espaços extremamente valiosos e que estas duas áreas sejam protegidas e valorizadas”. Agradeceu os contributos de todos e terminou desejando que o “Barreiro possa continuar a contar com o contributo da comunidade”.
Ao longo da iniciativa o pintor Kira e sua mulher pintaram três telas com três expressões pictóricas com os pilares da sustentabilidade: o ambiente, a sociedade e a economia.
De salientar que nos próximos dias 20 e 21 de Outubro, tem lugar a Conferência ÁREAS PROTEGIDAS LOCAIS, no Auditório Escola Superior Tecnologia (EST) do Barreiro.
A Mata Nacional da Machada e o Sapal do Rio Coina vão estar no centro das atenções. Eles são dois valores naturais que o Município tem interesse e vontade de proteger.
CMB 2011-10-03
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