O Executivo da DORS do PCP saúda os trabalhadores da região de Setúbal, a CGTP-IN e os sindicatos pela extraordinária adesão à greve geral de 24 de Novembro.
Por toda a região e em todo o país, em centenas de empresas e locais de trabalho, o pacto de agressão, a política de submissão aos interesses da União Europeia, do BCE e do FMI e quem a executa e incentiva – PSD, CDS, PS e Presidente da República – receberam uma forte condenação. Foi uma grandiosa greve geral contra os roubos no salário e subsídio de férias e natal; uma greve contra o encerramento e degradação de serviços públicos; contra a privatização de empresas estratégicas para o país; contra o aumento dos preços; mas foi sobretudo uma greve de exigência de uma outra política para salvar o país, uma política assente na valorização do trabalho, na produção nacional com forte investimento público e em serviços públicos de qualidade.
A participação massiva dos trabalhadores é ainda mais valorizável se tivermos em conta a manipulação e a chantagem utilizadas: televisões, comentadores, “especialistas”, dias a fio a discorrerem sobre a inutilidade da greve e da inevitabilidade das medidas de austeridade; tribunais arbitrais impondo serviços mínimos ilegítimos; empresas servindo-se de situações de precariedade, de prémios por receber, tudo serviu para chantagear trabalhadores para não aderirem à greve.
A greve geral contou com fortes adesões nas principais empresas e locais de trabalho da região, de todos os sectores de actividade, quer no sector privado, quer no público, desmentindo categoricamente os que queriam fazer crer que a greve era só para o sector público.
Nas grandes concentrações industriais da região houve adesões significativas, como na Auto-Europa, no Parque Industrial da Auto-Europa – onde não houve produção em empresas como a Auto-Vision, Bentler, Continental Lemers, Faurecia, Inapal Plásticos, SPPM, Tenneco, Webastos, Vanpro, entre outras – nas oficinas da EMEF no Barreiro, na Visteon, no estaleiro da Lisnave – incluindo a Lisnave, a Lisnave Yards e empreiteiros – no Arsenal do Alfeite, na Delphi, nas cimenteiras Secil e CNE, na Refrige, na Parmalat, na Maxam, na SEAE, na Serlimawash, na Montitec, na Alstom, na Tanquipor, na Nova AP, na Metalúrgica de Alhos Vedros, na Amarsul e na Simarsul.
A administração local paralisou quase completamente, com adesões entre os 90 e os 100% nas Câmaras e Juntas de Freguesia da Península de Setúbal, com serviços encerrados, a recolha de resíduos sólidos urbanos paralisada e a maioria dos mercados da região fechados.
No sector da administração pública central, foi forte o impacto nos sectores da saúde e da educação. Os hospitais e centros de saúde da região registaram forte adesão, particularmente de auxiliares e enfermeiros, e foram largas dezenas as escolas dos ensinos básico e secundário que estiveram encerradas ou sem aulas. Centros da segurança social, finanças e tribunais, bem como muitas creches e infantários pertencentes a Instituições Particulares de Solidariedade Social (como os onze equipamentos da AIPICA, as creches da Misericórdia de Alhos Vedros ou a Fundação João Gonçalves Júnior) encerraram completamente ou foram fortemente afectadas no seu funcionamento.
O sector dos transportes aderiu de forma massiva à greve geral: Transtejo, Soflusa, Transportes Colectivos do Barreiro, CP-Carga, CP e Refer paralisaram a 100%, os trabalhadores da TST aderiram a mais 75% e na Fertagus registaram-se fortes constrangimentos à circulação. O porto de Setúbal esteve encerrado.
Registo igualmente para importantes impactos desta greve noutros sectores, como na distribuição postal, nos refeitórios dos principais hospitais e empresas ou na paralisação total da frota de pesca de cerco.
Os trabalhadores em greve, milhares de desempregados, reformados e populações em luta, participaram activamente nas concentrações que a União dos Sindicatos de Setúbal da CGTP-IN promoveu em Setúbal e no Barreiro, no desfile da Baixa da Banheira para o Barreiro, bem como na manifestação em Lisboa.
O Executivo da DORS do PCP apela aos trabalhadores e às populações da região para que, na sequência desta extraordinária greve geral, reforcem a sua combatividade e unidade, nas empresas e nos locais de trabalho, nas localidades e nos serviços públicos, na certeza de que será com a luta que este Pacto de Agressão que querem impor ao povo e ao país será derrotado. O PCP apela a que, na próxima 4ª feira, 30 de Novembro, a partir das 9h30, todos participem na concentração em frente à Assembleia da República, durante a votação do Orçamento do Estado para 2012.
O Executivo da DORS do PCP
One Response to "Greve geral – uma força imensa para derrotar o Pacto de Agressão e construir um Portugal com futuro"
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