Os membros do Executivo Municipal com responsabilidades nos Transportes Colectivos do Barreiro (TCB) juntamente com os presidentes das juntas de Freguesia (Lavradio e Barreiro) têm vindo a realizar reuniões descentralizadas com a população no sentido de prestar informação sobre a situação actual deste operador e a auscultar sugestões para uma estratégia em 2012.
Nos dias 28 e 30 de Novembro, os encontros tiveram lugar, respectivamente, na AURPIL – Associação de Reformados do Lavradio e na Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense “Os Penicheiros”, no Barreiro. Na primeira reunião coube ao Vereador Rui Lopo, Vogal no Conselho de Administração dos TCB e a Adolfo Lopo, Presidente da Junta de Freguesia do Lavradio dirigir a sessão. No Barreiro, o Presidente da Câmara Municipal, Carlos Humberto de Carvalho, e o Presidente da Junta de Freguesia, Raul Malacão, juntaram-se ao Vereador Rui Lopo.
Locais diferentes, as mesmas questões que, no fundamental, assentam no facto de, os Transportes Colectivos do Barreiro atravessarem momentos decisivos na sua existência de mais de 50 anos ao serviço da população. Desta forma, e no quadro da actual e difícil situação financeira do País e do Município, vêm juntar-se alterações profundas nos transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Avizinham-se, assim, em traços gerais transformações que podem passar pela redução de horários, redução da oferta e redução ou fusão de muitos serviços.
Sendo certo que, na opinião do Executivo Municipal, os TCB são um importante instrumento de desenvolvimento do Concelho e de serviço público que serve as pessoas, reflectir sobre o futuro dos mesmos só faz sentido se estiveram envolvidos utentes regulares e as populações em geral.
A relevância que estas temáticas assumem, numa altura em que os serviços municipalizados de transportes e a Câmara Municipal se preparam para submeter e levar à discussão os seus Orçamentos para 2012, foi evidenciada pelo Vereador Rui Lopo.
A OPTIMIZAÇÃO DOS SERVIÇOS
E A ADEQUAÇÃO DA OFERTA À PROCURA NA AML
Há um conjunto de aspectos que no concreto poderão ser de reduções, que vão colocar a atractividade de todo o sistema metropolitano em causa, disse o Vereador. De seguida explicou de que esta questão toca directamente os nossos transportes, uma vez que os TCB fazem parte deste sistema pois são um dos operadores que alimenta o sistema com passageiros (têm acordos de passe intermodal). Para além disso, há um quadro financeiro actual, quer da Autarquia e dos próprios TCB “muito difícil, de estrangulamento total do ponto de vista financeiro, que nos deixa sem margem de manobra. Em cima da mesa está o facto de podermos manter os TCB vivos, a funcionar. Neste sentido queremos trazer a discussão para a rua, recolher opiniões e sugestões sobre a matéria e informar na medida que for possível a situação actual e o quadro com o qual podemos ter de nos deparar”.
A terminar uma primeira intervenção, Rui Lopo disse que nem tudo é mau porque os títulos e as viagens intra-concelhias pagam os custos que geram. A grande fatia do défice está nos passes metropolitanos (os L’s e os passes combinados). Os sucessivos governos têm vindo a compensar outros operadores públicos e até privados mas não compensam os TCB.
NÃO QUEREMOS PRIVATIZAR OS TRANSPORTES
Carlos Humberto de Carvalho explicou que “estas reuniões estão a ser feitas por antecipação àquilo que temos medo que venha a acontecer. Para nós é estratégico salvar os transportes colectivos do Barreiro. Como o conseguimos fazer e através de que medidas (para que eles continuem a servir as populações) é a nossa preocupação”.
Como estamos a perceber as tendências, temos de nos preparar para defender o que é nosso, foi o repto lançado pelo Presidente da Câmara Municipal do Barreiro. Mais uma vez, reiterou: o que é pretendido com estas reuniões é dar informação, mas depois recolher sugestões sobre como podemos fazer para não deixar de ter os transportes como elemento central na vida do Barreiro.
EM RETROSPECTIVA
No Lavradio, Adolfo Lopo, Presidente da Junta de Freguesia, evidenciou que a qualidade de vida das populações que está associada à existência dos TCB no Concelho e comparou-o (ao Barreiro) com outras localidades limítrofes onde não existe um serviço permanente de transporte de passageiros.
De referir que, de entre todas as intervenções do público, ressaltou o facto de as pessoas não quererem os transportes privatizados, valorizando neste sentido, os transportes públicos. Assim, se os TCB são de todos, todos os devemos defender. Seria muito importante existir uma comissão de utentes dos TCB, defendeu um dos presentes.
Também na opinião de Rui Lopo “não basta haver um diálogo institucional sobre esta matéria, era importantíssimo haver um diálogo da população/utilizadores/passageiros com a CMB e, por que não, com os responsáveis governamentais?”.
No Barreiro, e de entre as muitas preocupações que se colocaram, de salientar a insegurança manifestada pelos presentes com base numa hipotética supressão de carreiras. A este respeito, Rui Lopo afirmou que existe um conjunto de soluções já estudadas para uma optimização de percursos, ou para fundir duas carreiras que na prática já fazem quase o mesmo percurso, “e temos de ir caminhando nesse sentido”. Aplicar uma metodologia de zonas no Barreiro como também foi sugerido, tem desde logo um handicap (desvantagem) relativamente aos três tipos de passageiros existentes. “Temos os passageiros que vão para o barco, as pessoas que fazem percursos internos de serviços e depois temos os estudantes. O número de viagens que cada utilizador faz é muito diferente e torna assim muito mais difícil definirmos zonas. Mas sim, há que pensar em novas metodologias de bilhética” afirmou o Vereador e acrescentou que há “opções de gestão de cariz político das quais não abdicamos”, e de entre estas salientou “vamos continuar a ter passe para estudantes”.
CMB 2011-12-05
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