Treze telas a óleo oferecidas à Autarquia
A Câmara Municipal do Barreiro (CMB) assinou hoje, dia 23 de Dezembro, um Contrato de Doação com o artista barreirense António Patacas, que visa a oferta à Autarquia, de forma definitiva, de 13 telas a óleo.
Nestas telas, Patacas recriou ruas e lugares do Barreiro Antigo, nomeadamente o “Largo do Rompana”, o “Pátio dos Bichos”, a “Calçada da Misericórdia”, a “Rua da Amoreira”, a “Rua José Relvas”, as travessas do “Loureiro” e de “S. Francisco” e o “Asilo D. Pedro V”.
Na assinatura do Contrato, o Presidente da CMB, Carlos Humberto de Carvalho, lembrou que António Patacas teve uma vida de trabalho, de intervenção associativa e mesmo política. Salientou o seu trabalho como artesão, pintor, coleccionador e fotógrafo. “É uma vida cheia que nos deixa também muito do que é imaterial, como a dedicação e o empenho”, disse o Autarca.
Carlos Humberto de Carvalho referiu que os quadros agora doados à Autarquia vão estar expostos na Biblioteca Municipal do Barreiro. Salientou inclusive que é um desejo de António Patacas que os quadros estejam expostos ao público e não guardados.
Por seu lado, António Patacas agradeceu aos presentes na iniciativa e presenteou-os com duas quadras:
“Dois beijos na minha vida
Nunca mais esquecerei
O último da minha mãe
E o primeiro que lhe dei”
“Saúde que me tens fugido
Eu tenho sido sempre quem era
Por morrer uma andorinha
Não acaba a Primavera”
António Patacas nasceu a 13 de Outubro de 1921 numa casa no Beco de S. Francisco, no Barreiro antigo. Cresce no seio de uma família numerosa de 21 irmãos. Começa a ler sem nunca ter frequentado a escola oficial e inicia-se no mundo do trabalho com oito ou nove anos de idade, numa fábrica de cortiça junto ao antigo Asilo D. Pedro V. Mais tarde, trabalha na fábrica do Herold, na Recosta, e na Cordoaria do Nicola. Em 1932, com 11 anos de idade, entra para a Companhia União Fabril (CUF), nomeadamente para a fábrica de adubos. Com 13 anos, vai para as obras como servente, já como efectivo da CUF.
É depois transferido para o “Armazém do Valente” e, mais tarde, para o escritório técnico do Barreiro. É-lhe atribuída a categoria de empregado de escritório de 3ª classe. O exame da 4ª classe foi feito durante o serviço militar. Após 40 anos ao serviço da CUF reforma-se.
O interesse pela fotografia começa muito cedo e a qualidade do seu trabalho desperta o interesse de Augusto Cabrita. O conhecido fotógrafo contrata-o para o seu escritório e António Patacas começa a fazer reportagens fotográficas de casamentos e baptizados.
Tem interesse por várias formas de arte, entre as quais a pintura e o artesanato. A sua obra pictórica é marcada pelo preto e o branco. É dessa forma que recorda o Barreiro da sua infância.
CMB 2011-12-23
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