1. Impressionam as imagens da tremenda repressão policial em Atenas sobre dezenas de milhares de manifestantes, com tantas granadas de gás lacrimogéneo que dava para alimentar uma central de produção de energia. Não excluímos as centenas de jovens radicais que enfrentam a polícia com pedras e cocktails Molotov, embora esta seja outra história dentro da História e não sejamos apologistas da violência grupal.
Quem conhece a História da Grécia e da sua resistência heróica à ocupação nazi e a posterior luta contra a ditadura dos coronéis, durante sete anos, compreende que o povo grego, com profundos motivos para se revoltar contra a agressão que arrasa a vida do país e desespera as classes trabalhadoras e médias, vive um período pré – insurreccional e está à beira de um levantamento popular.
Vemos a imagem impressiva do grande patriota Manolis Glezos, um herói nacional que em 1941, durante a ocupação nazi, retirou a bandeira alemã da Acrópole substituindo-a pela bandeira grega, e mais tarde foi preso e torturado durante a ditadura, hoje com 89 anos, a ser sufocado por um polícia quando seguia à frente da grande manifestação de mais de 100 mil gregos. Compreendemos que o povo grego não se subjugou à traição dos dirigentes tecnocratas, liberais e social-democratas, que conduziram a Grécia à beira da ruptura e se colocam agora de cócoras perante a chantagem dos ricos e reaccionários da Europa capitalista.
2. Ruptura não só com a zona euro mas também com as políticas do sistema que está a afundar os povos nas suas insanáveis contradições, com a pauperização de milhões a favor de agiotas, especuladores, grandes senhores da finança, exploradores, na voraz ganância capitalista dos “mercados”, que a direita política apoia servilmente (também em Portugal!), a troco de algumas benesses.
Foi isso que centenas de milhares de portugueses, de todas as idades e condições, disseram no sábado, dia 11 de Fevereiro, enchendo com o seu protesto o Terreiro do Paço, na mais emocionante (até à comoção das lágrimas!…) manifestação dos últimos anos.
Confluindo simultaneamente dos quatro cantos no imenso Terreiro do Povo ( da rua do Arsenal, da estação do Sul e Sueste, da rua da Prata e da rua do Ouro),com dezenas de milhares de bandeiras e de cartazes multicores e multi-mensagem, a multidão mobilizada contra a agressão política e económica imperialista, transmitiu um sinal inequívoco: não nos destruirão como povo e como nação!
Às urtigas o chavão “do povo de brandos costumes”, criado pelo salazarismo para obnubilar o “Zé Povinho”.Um cartaz com as figuras alegóricas de alguns dirigentes políticos actuais previne:
O fascismo é uma minhoca
Que se infiltra na maçã,
Ou vem com botas cardadas
Ou com pezinhos de lã !
Em muitos períodos da nossa história – pátria, a coragem colectiva falou mais alto : em 1383, em 1640, em 1832/33, em 1910, em1974!
Quando o povo quer o povo ordena!
Em Portugal como na Grécia!
È disso que “eles” têm medo, muito medo, Manolis Glezos!
Barreiro, 17/2/12
Armando Sousa Teixeira
One Response to "LEVANTADO DO CHÃO – 4 ELES TÊM MEDO, MUITO MEDO, MANOLIS !"
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