REMO: Avis, Barragem do Maranhão, 16 de Janeiro de 2011. Regata organizada pela Associação de Remo de Setúbal

REMO: Avis, Barragem do Maranhão, 16 de Janeiro de 2011. Regata organizada pela Associação de Remo de Setúbal

A albufeira do Maranhão é um ser vivo, e como ser vivo tem os seus humores.  Já vi o Maranhão zangado, de águas rebeldes, com frio cortante, não permitindo que desfrutássemos do local e das suas águas. Já vi o Maranhão indiferente à nossa presença. Ontem vi o Maranhão afável e acolhedor.

Domingo de Inverno, temperatura baixa, vento ausente. Nuvens dominando o céu, o sol espreitando de quando em vez.

Fizemos uma viagem serena do Barreiro a Avis. Aqui, para a regata de 16 de Janeiro, marcaram presença as equipas do GD Fabril, CN Barreirense, Ferroviários do Barreiro, Associação Naval de Lisboa, CN Setubalense e dois atletas do Clube Mestre de Avis (equipa da casa).

Houve provas para todos os escalões, femininos e masculinos, com escassíssima presença de meninas nas provas.

O 1º atleta do Fabril a entrar em competição foi o Pedro Vaz. O Pedro fez uma prova boa e disputadíssima, medindo jeito e forças com uma menina cheia de garra, representando outra equipa do Barreiro. Os dois atletas evoluíram em pistas contíguas e a regata estava tão equilibrada que os barcos fizeram trajectórias convergentes por mais que uma vez. Quando isto acontecia, e para evitar males maiores, os atletas paravam de remar, recomeçando quando os barcos o permitiam. Uma vez a menina saiu na frente, noutra vez foi o Pedro que recomeçou primeiro. O Pedro acabaria por cortar a meta em primeiro lugar e a menina …chorou, chorou. O Pedro falou com ela pedindo desculpa pelas (involuntárias) colisões. A menina quase gritou “mas eu podia ter ganho”. E eu pensei: que pena não terem ganho os dois. É que durante a prova os dois barcos quiseram ser só um. Eles mereciam ter cortado a meta num “double”, ganhando os dois.

Junto ao pontão de desembarque, a menina ainda chorava e então teve de ouvir as palavras do seu “treinador” que lhe disse que ela devia ter ganho a prova e que perdeu por sua culpa. Foram as palavras mais estúpidas do dia. Alguém está sempre no desporto muitíssimo equivocado. O desporto não é vencer ou fracassar, não é vencer ou sofrer, não é vencer ou morrer. Na vida nada é dicotómico: ser ou não ser, amar ou odiar, felicidade e infelicidade. Entre os extremos é que está o sumo da vida. O desporto é vencer e não vencer, mas também é saúde, convívio, natureza, amor, partilha, alegria, tristeza, adrenalina e êxtase. 

O 2º barco do Fabril que entrou em competição foi o double do “veterano” Ricardo e do estreante Cláudio. O Cláudio portou-se muito bem para uma prova de estreia. A dupla fez a regata que deles se esperava e conseguiram chegar em 3º lugar, depois de uma luta renhida pelo 2º lugar com a equipa do Barreirense. A dupla do Clube Naval Setubalense, ganhou com boa vantagem sobre os demais.

Evoluiu depois na pista de Avis a regata do Miguel Luís. O Miguel perdeu-se um pouco para atinar com a partida da prova. Estas provas não primam pela boa toponímia, pelas boas indicações e marcações de pistas. O Miguel pagou pelas falhas de organização. Mesmo assim, para um estreante e logo numa prova longa, conseguiria obter um bom 2º lugar, numa prova com 3 barcos.

O André Correia entrou numa prova defrontando 4 adversários. Numa acesa luta pelo 3º lugar levaria a melhor sobre o seu adversário e teve direito à sua “carica” do 3º lugar.

Veio depois o nosso Quadri  na categoria de absolutos. A nossa tripulação (Fred, Afonso, Miguel e João) não deu qualquer hipótese aos barcos do barreirense, 2º lugar e ao barco do Setubalense. Mas atenção, a nossa equipa tem de treinar mais e melhor para se apresentar competitiva nos campeonatos nacionais de Inverno.

O nosso Filipe Gaspar fez uma prova esforçada e deu o seu melhor arrancando o 2º lugar, ficando algo distante em relação ao adversário do Setubalense.

Por fim, o nosso último representante seria o Miguel Vaz. Com adversários com muitos anos de remo, numa regata muito longa, o Miguel fez a sua prova, sofreu muito porque as bolhas nas mãos não deram tréguas, terminando árdua e dedicadamente a sua prestação.

  Mas a jornada de Avis ainda foi mais.

Foi harmonia e companheirismo da nossa delegação. Foi um pic-nic animado. Foi a celebração do 21º aniversário do Frederico Gaspar.

Foi um dia bem vivido, que fica registado no álbum das Boas memórias.

Vítor

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