Vamos hoje falar de transformações, e que grandes transformações vimos no Barreiro no último ano.   Desde os melhoramentos dos arruamentos na Av da Liberdade com o prolongamento da mesma, aos melhoramentos em Coina, à abertura e requalificação de novos espaços escolares, ao desenvolvimento de um projecto de requalificação para toda a zona da Cidade Sol e Quinta da Mina, até à resolução de pequenas obras que se verificam no dia a dia, observámos que as coisas realmente estão a mexer. Para o ano 2011 temos perspectivada a abertura da ETAR Barreiro/Moita, reivindicada há mais de 30 anos  pela população barreirense, e que, finalmente vai arrancar fruto do trabalho conjunto de várias entidades. Finalmente após séculos a enviar esgoto para o Rio Tejo e Coina, vamos ter as nossas águas residuais tratadas, revolucionando dessa forma o Rio e o seu Ecossistema. Vamos ver novas espécies no Rio, algumas, já vêm ao Coina, como os Flamingos, e vai melhorar substancialmente a qualidade de vida no concelho. Vimos neste ano atrasadas as obras da Ponte e do TGV, sob o pretexto da crise, mas pensamos que não é só a crise, pensamos que também continua a existir um certo estigma do Poder Central em relação ao Barreiro, o que se confirmou com estes atrasos. Está em curso uma reestruturação e um Plano para as Águas que urge ser discutido e aprofundado com as populações.

Preocupa-nos no meio disto o curto orçamento que existe na CMB e Juntas de Freguesia, a falta consecutiva de apoios financeiros aos TCBs, e, também a pouca participação das populações nestes processos. A questão da participação popular que é tão acarinhada pelo executivo camarário tem, quanto a nós que ser vista de um ângulo diferente, tem que ser uma participação sentida, real e voluntária das populações e não uma “imposição” por decreto. A CMB deveria no nosso entender dar apoios e estimular a criação e o desenvolvimento de Comissões de Moradores, Associações de Condóminos, estimular a iniciativa própria do Movimento Associativo e Popular, e, não substituir-se a este, enfim, as coisas na área da participação têm que partir muito das bases, e não virem de cima, sob risco de sucessivamente vermos Sessões Camarárias e de Opções Participadas com salas vazias.    Outro ponto que pensamos poder ser muito melhorado é a questão das descentralizações para as Freguesias, essa área também deveria ser mais acarinhada e melhor tratada pelo Executivo Camarário, descentralizando também técnicos e melhores recursos para as Freguesias, não exercendo somente o papel de agente fiscalizador.

A ideia que temos é que o Barreiro se está a desenvolver como há muito que não se desenvolvia, mas tem que haver mais emprego, mais produção e mais participação para ainda ser melhor, porque participar é também agir, e agir para transformar! 

Nuno Miguel Ferreira