A vida é como no desporto por vezes vencemos, por vezes perdemos. O meio da moda e de tv, é tão competitiva, que ninguém pensa no que vai encontrar. A fama é a glória, a ascensão, as luzes da ribalta. Modelos e actores partilham o plateou. Por vezes quem sonha, sonha de uma forma ficcional. Anseia ser conhecido, ter dinheiro e estar nas bocas do mundo. Mundo de enganos, mas de grande garra, luta e por vezes de grande alegria. Onde há invejas, injustiças, más escolhas. Chamado também erros de casting. Todos que vão para castings, querem ser os melhores, os mais belos, mais talentosos. O mundo de glamour, é de facto efémera. Há quem consiga chegar ao topo, mas há quem não consiga. Há muita gente poderosa e influente, que em troca de favores, lança para as luzes sem saber ou explicar o que na verdade vai encontrar. Muitos vão ao engano, as falsas ofertas, apenas para apanhar o belo modelo, actor, que lhes garanta jovialidade há muito perdida.
A historia que abalou o país e que culminou com o assassinato do jornalista social Carlos Castro em Nova York no Hotel Intercontinental. Aqui a culpa quanto a mim foi dos dois, bem como a ingenuidade.
Conheci Carlos Castro também pela internet curiosamente. No meu caso, já era actor. No entanto e porque queria falar com gente do meio, tentar ser mais reconhecido pelo trabalho, tentei seguir o que na verdade era normal. Procurar produtoras, agencias de actores, gente que de facto poderia encaminhar para quem de direito. Depois acabei de obter o contacto dele, onde se iniciou conversação. Virtualmente fez-se uma verdadeira amizade, sem necessidade de encontros imediatos. Falávamos de tudo, desde solidão dele, aos escritos, ás pessoas invejosas a quem ele deu ajuda e não lhe agradeceram se quer. Tentei sempre demove-lo para não ter ninguém por ter. Mas acredito que alguém daquela idade sofresse sozinho no canto da sua casa. Eu sempre rejeitei a ida a casa dele, pois não queria encostar-me para ser famoso, e creio que eu também não fizesse o estilo dele. Mandei currículo e fotos para a produtora de espectáculos dele, e como era ele a escolher ou a indicar, ia ficando á espera do meu lugar de amigo virtual. Claro que era contra os princípios dele, não querer ir a sua casa, mas foi mesmo uma protecção da minha parte, porque no fundo não queria de todo dever favores e sair nas revistas como um dos.
Foi uma amizade virtual, que apenas houve um fugaz encontro ocasional na rua sem marcação, véspera de eu de ir gravar a novela ”Doce Fugitiva”, onde eu fazia uma figuração especial, um papel pouco simpático por acaso ”Criminoso”.
Todos os Natais seguintes eram de troca de mensagens de Natal, que ele enviava a todos por igual. Depois deixou de fazer esse ritmo. Também não aparecia já tanta vez no Messenger. A razão prendeu-se com o ter encontrado alguém com a ingenuidade de juventude, que sonhava acreditar que era tudo mais rápido, mais simples de conseguir o estrelato se se envolvesse com alguém famoso. Segundo os relatos de amigos, disseram-lhe o mesmo que eu tanta vez lhe disseram á noite no Messenger. O inacreditável acontecia. Fosse hetero ou não, o facto é que, ninguém consegue ou pouca gente consegue, dar sem esperar receber. As culpas e as ingenuidades foram absolutamente de ambos, porque um acreditava que o outro o amava mesmo, e que este, acreditaria que o outro, o fosse lançar, encaminhar e acompanhar sem que recebesse em troca amor, dedicação e companheirismo. Fatal como o destino? Talvez não, mas que tudo poderia ser diferente, menos trágico, podia. Bastava que ambos ou um deles fosse verdadeiramente mais racional e tudo seria mais fácil.
O desfecho trágico deu para provar que os sonhos são para serem realizados, mas lutando, persistindo, teimando, sendo verdadeiramente chato. Morreu uma pessoa, a outra ficou ara contar a história incontável e indescritível, macabra mesmo. Estaria no seu perfeito juízo? Loucura momentânea? O que importa saber o que aconteceu no momento. Pagar sim pelo que fez sem duvida. Mas há uma prisão que o espera, que fica desviada da cidade numa ilha. Prisão esta que tem 12 mil reclusos do pior, entre assassinos e violadores. Ninguém ao que se sabe fala português, nem ele fala tão bem inglês americano para se defender. Os castigos são ao que se fala sexuais com a conivência dos guardas. Pensem que seria um de vocês, irmão ou pai, a entrar num antro daqueles. É preferível, 25 anos sem sair a meio da pena em Portugal. Embora que as leis da América são claras, não extraditam estrangeiros sem cumprirem a pena.
Aqui fica o que penso sobre tudo isto que abalou o país na entrada de 2011. O sofrimento e a luta para que ele cumpra pena em Portugal será naturalmente da família e amigos mais chegados.
Rogerio Rosa
Actor
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One Response to "“ERROS DE CASTING-UM TESTEMUNHO DO SHOW FATAL”"
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