As organizações representativas dos trabalhadores ferroviários, no Barreiro, levaram a cabo uma iniciativa pública, denominada “Tribuna Pública em defesa do Pólo Ferroviário do Barreiro”, no passado dia 22 de Setembro de 2012.
Sindicato e Comissões de trabalhadores das empresas REFER, CP e EMEF, juntaram-se na defesa daquilo que consideram ser uma política de destruição do sector público dos transportes, nomeadamente, do transporte ferroviário no Barreiro.
Está em causa um procedimento que tem em vista o encerramento das oficinas da EMEF, Barreiro, com a perda significativa de cerca de 150 postos de trabalho no Concelho.
Esta politica de destruição do tecido produtivo nacional, revela um profundo desrespeito e desperdício de conhecimentos específicos adquiridos ao longo de 150 anos de trabalho ferroviário no Barreiro.
A tribuna contou com a presença de vários dirigentes sindicais e comissões de trabalhadores, a que assistiram mais duas centenas de pessoas, entre trabalhadores ferroviários e população em geral.
Na abertura dos trabalhos, Filipe Marques, do Sindicato Nacional dos Ferroviários, e membro do Conselho Nacional da CGTP – IN, afirmou que o prosseguimento desta politica, ao longo de 3 décadas anteriores, tem levado ao desmembramento e destruição do sector ferroviário, no País e no Barreiro.
Arménio Carlos, Secretário-geral da CGTP-IN, reforçou esta ideia, afirmando que os diversos Governos não souberam ou não quiseram, aproveitar o “know-how” – e as condições de trabalho existentes aqui no Barreiro, no sentido de desenvolver o sector ferroviário, nomeadamente, na construção e reparação de comboios, desprezando até um mercado potencial e eventual adquirente dos serviços aqui prestados, que se traduz no mercado Africano, ou seja, Angola e Moçambique, acabaram por adquirir tais serviços e conhecimentos a outros Países.
Carlos Humberto, Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, afirmou a vontade inabalável desta autarquia na defesa da manutenção e conservação no Barreiro do Pólo Ferroviário, como forma de desenvolver o Concelho e o País, defendendo que o importante é a manutenção dos postos de trabalho.
Admite, no entanto, o Autarca, que, na eventualidade de não se conseguir travar este processo de destruição do tecido industrial, a Câmara tudo fará, para que seja possível preservar o património ferroviário existente no Barreiro, de modo a evitar que este seja votado ao abandono e vandalização.
A Tribuna contou ainda com diversas participações dos presentes, que, a par da defesa da manutenção do Pólo Ferroviário, referiram a necessidade de preservar a história, a cultura e o património ferroviário, como parte integrante da história do Concelho, e das memórias deste Povo.
No encerramento dos trabalhos, foi apresentada uma petição pública em defesa do Pólo Ferroviário, a qual será entregue na Assembleia da República e ao Ministério da Economia, onde se apela a que o Governo mantenha o Pólo e os respectivos postos de trabalho, como forma de dinamização da nossa economia e da produção nacional.
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