PU – PLANO DE URBANIZAÇÃO DA QUIMIPARQUE E ÁREAS ENVOLVENTES

PU – PLANO DE URBANIZAÇÃO DA QUIMIPARQUE E ÁREAS ENVOLVENTES

«Este Projecto deve ser aglutinador das vontades de todos os barreirenses»

O Grupo Desportivo e Recreativo “Os Leças”, na Freguesia do Alto do Seixalinho, recebeu ontem, dia 3 de Fevereiro, a terceira Sessão de Participação Pública do Plano de Urbanização (PU) da Quimiparque e Áreas Envolventes. Esta iniciativa, dinamizada pela Câmara Municipal, do Barreiro (CMB) enquadra-se dentro de um ciclo de sessões que abrange as oito freguesias do Concelho e está a decorrer até ao próximo mês de Março.

A sessão que ontem teve lugar nos ‘Leças’ reuniu um número muito significativo de munícipes interessados em debater o futuro de 600 hectares de território, em causa neste Plano de Urbanização.

Marcaram presença na mesa, Carlos Humberto de Carvalho, Presidente da CMB, José António Antunes, Presidente da Junta de Freguesia (JF) do Alto do Seixalinho, o Vereador Rui Lopo, responsável pela área do Planeamento, e o técnico municipal Emanuel Santos.

Antecedendo a apresentação do PU da Quimiparque e respectivas zonas envolventes, Rui Lopo salientou a grande importância deste território dentro do Concelho do Barreiro e o grande potencial que o mesmo representa enquanto gerador de riqueza.  Nestas questões, disse, “não há outra forma que não a de ouvir a população, numa altura em que ainda é possível integrar os vossos contributos e opiniões”. Salientando que todo o trabalho tem sido desenvolvido de forma articulada com um grande número de parceiros, o Vereador anunciou que a apresentação que se seguiria apresentava, já, um grande detalhe.

Contextualizando, Emanuel Santos referiu que a área envolvente do Plano de Urbanização também é significativa e que ‘toca’ a Freguesia do Alto do Seixalinho. Passando à apresentação do Plano, propriamente dita, este técnico explicou a metodologia seguida: “fizemos o levantamento do território com as principais actividades económicas,

sabemos que os três proprietários existentes naquele território são a Quimiparque (agora Baía do Tejo), a APL e a REFER (proprietária do canal ferroviário) e que os restantes terrenos (mais de 90 por cento) são do Estado”. Em seguida Emanuel Santos explicou que existem três centralidades definidas dentro do PU da Quimiparque e que reflectem a filosofia de um Barreiro para Viver, Trabalhar e Usufruir. São elas – o Porto de Recreio, na zona do actual terminal Fluvial; a Praça Central que se situará onde é actualmente o porto da Tanquipor, potenciadora de novas dinâmicas no Barreiro e a Gare do Sul nos terrenos hoje ocupados pelas oficinas dos TCB. Esta Gare será uma estação multimodal, um interface de transportes públicos que articula a ferrovia pesada e ligeira, os transportes colectivos e o transporte individual.

“Elementos de Memória a Salvaguardar”

A Casa Museu Alfredo da Silva, algumas chaminés existentes, a Rotunda das Máquinas, o Bairro de Santa Bárbara e o Mausoléu Alfredo da Silva são, entre outros, elementos a preservar e a enquadrar neste Plano de Urbanização.

Antes do debate, o Vereador Rui Lopo valorizou, ainda, a criação de corredores verdes integradores e facilitadores da junção do Barreiro norte com o Barreiro sul.

Aspectos do debate – TTT e MST em cima da mesa

A palavra foi passada ao público e as questões levantadas, numa primeira ronda, prenderam-se directamente com o tipo de investimento previsto para o território, se privado ou se municipal, e com a construção mais rápida ou mais demorada da Terceira Travessia do Tejo (TTT).

Os esclarecimentos a estas primeiras questões foram facultados pelo Vereador Rui Lopo que afirmou que as prioridades estão fixadas da seguinte forma: “aquilo que for investimento público está definido que será feito neste território, contudo para a dinamização do PU já existe um conjunto de projectos âncora que lhe estão associados”. Em relação à TTT e sendo certo que existe uma previsão de 18 anos para a execução do PU se a ponte for construída a breve trecho o PU andará mais depressa, se a ponte demorar para ser construída, o PU andará mais devagar. O que realmente importa reforçar, segundo Rui Lopo, é o facto do PU ser “um instrumento de gestão territorial que nos permite intervir no território, pensá-lo e definir um conjunto de usos que possibilitem realizar uma outra dinâmica diferente daquela que actualmente está contemplada no PDM – Plano Director Municipal. Resumindo, o Plano de Urbanização da Quimiparque permite perspectivar o futuro do Barreiro que queremos, cujo modelo assenta no facto de ser gerador de riqueza.”

Numa nova ronda de perguntas e comentários por parte do público presente foi expressa a necessidade deste Plano ser um pólo aglutinador da vontade de todos os barreirenses, independentemente das suas ideias políticas, e, uma vez mais, se colocou a questão dos condicionalismos que a não construção da Terceira Travessia do Tejo pode trazer ao PU.

Desta feita coube ao Presidente do Município, Carlos Humberto de Carvalho, responder aos interlocutores.

Partindo da certeza de que aquilo que se pretende construir no Barreiro é uma dinâmica de desenvolvimento empresarial e económico, “certamente que a TTT é um elemento facilitador da montagem de todo este projecto, mas não é fundamental para que ele aconteça”. Ainda assim, acrescentou, a TTT “não é do Barreiro. Não é só importante para o Concelho. É importante para a região e para o país e é indispensável para concretizar uma estratégia nacional”. Em relação ao PU, Carlos Humberto de Carvalho disse que o projecto integra um quinto do território do Concelho, ao qual queremos conferir tanta importância no século XXI como aquela que ele já teve no século passado. Neste sentido, “queremos construir uma cidade nova que se cosa/articule com a cidade já existente”.

Questionado sobre a planificação e respectivas fases de execução da obra, Rui Lopo informou que a resposta à pergunta Quando é que o Plano começa é: “Já começou. Já estamos a fazer remoção das cinzas de pirite, embora as unidades de execução ainda não estejam todas fechadas, pois continuamos a trabalhar, nomeadamente, com a RAVE e com a ParqueExpo nesse sentido”.

Outra das questões colocadas prendeu-se directamente com o MST – Metro Sul do Tejo e pretendia saber qual será o impacto deste meio de transporte junto dos TCB – Transportes Colectivos do Barreiro. Neste ponto do debate, Carlos Humberto de Carvalho esclareceu que o MST servirá para nos ligar ao Seixal e a Almada e, desta forma, não concorre com o papel já desempenhado pelos Transportes Colectivos

do Barreiro, cuja função é muito mais local, de rua em rua, “levando-nos quase à porta das nossas casas. Por isso, repito, os TCB não perdem a dinâmica, terão sim que se reajustar”.Rui Lopo ainda acrescentou que a vinda do MST para o nosso Concelho será sempre encarada como “um desafio positivo”.

Para finalizar e questionada a mesa sobre as dependências externas que este Plano de Urbanização aparenta possuir foi unânime a ideia de que as dependências – da Administração Central e dos investidores privados – são uma realidade mas que estas dependências também podem ser transformadas em mais-valias.

A tipologia de actividades económicas que se pretende vir a instalar neste território está directamente relacionada com a investigação e o desenvolvimento, com as novas tecnologias e com as comunicações. “Esta actividade económica está definida, mas o PU tem que ser rígido q.b. para se ir ajustando aos investidores interessados que aparecerem”. Em relação ao número de fogos previstos Carlos Humberto de Carvalho informou que rondará, num cenário medianamente optimista, cerca de 15 mil habitantes. “Tendo em conta que de acordo com os últimos censos perdemos entre 18 a 20 mil habitantes, a cidade parece ter capacidade de absorção para estes valores”.

O Presidente da Autarquia encerrou a sessão com um apelo aos presentes “nós precisamos da vossa ajuda (população) para que as soluções a encontrar sejam as melhores possível”.

Neste sentido, está já marcada a próxima sessão pública de apresentação com a população tendo em vista o esclarecimento do Plano de Urbanização do Território da Quimiparque e Áreas Envolventes. O Encontro com a população está marcado para dia 10 de Fevereiro, pelas 21h00, no Grupo recreativo da Quinta da Lomba, freguesia de Santo André.

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CMB 2011-02-04

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