CONGRESSO “TRABALHO E MOVIMENTO OPERÁRIO” | DE 28 A 30 DE NOVEMBRO

congresso (2)Temos no Barreiro um património imaterial que queremos preservar. Queremos construir o futuro com base no nosso passado” – Presidente Carlos Humberto de Carvalho

O Congresso “Trabalho e Movimento Operário” arrancou hoje, dia 28 de novembro e prolonga-se para amanhã, dia 29 de novembro, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Parque da Cidade.

O dia 30, sábado, será dedicado a visitas guiadas. Pelas 10h30, tem lugar a Rota da Resistência do Barreiro e, pelas 14h30, as visitas às Reservas Museológicas Visitáveis da Câmara Municipal do Barreiro e ao Museu Industrial da Baía do Tejo. 

São 10 painéis previstos para os dois dias, apresentados por dezenas de oradores. “Temos no Barreiro um património imaterial que queremos preservar. Queremos construir o futuro com base no nosso passado. Queremos que o Barreiro volte a ter trabalhadores, já não de fatos de ganga, mas de bata branca”. Estas foram as palavras do Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho no início dos trabalhos.

O Autarca considera este Congresso uma reflexão integrada no objetivo da “Rota do Trabalho e da Indústria” promovida pela Autarquia. Lamentou o facto de o Barreiro ser, por vezes, conotado com uma “imagem menos positiva patente até nas relações institucionais. Consideramos que essa imagem das fábricas, da luta operária pode ser potencializada numa coisa positiva. O Barreiro pode ser um Concelho alternativo pela sua História e pelos seus eventos, como é exemplo o Outfest e o Barreiro Rocks”.

Memórias na primeira pessoa

Recordou a sua vida. Nasceu em 1951, na rua Almirante Reis. O pai era comerciante e aprendeu desde muito cedo a relacionar-se com as pessoas. “Recordo-me de correr ao som das buzinas das fábricas”.

Segundo o Presidente, o Concelho era muito marcado pelo trabalho e pelo associativismo. Recordou as eleições de 69 e o papel que o Barreiro teve ao nível da resistência e da luta.

Aderiu ao PCP em 1971 e como funcionário foi responsável pelo Concelho do Barreiro e pela célula da CP e acompanhou, de perto, as lutas operárias e a destruição do aparelho produtivo industrial. Salientou que a maior parte da população ativa do Concelho, transitou do setor secundário, para o terciário, levando grande parte da população a trabalhar fora do Concelho.

Na opinião de Carlos Humberto de Carvalho, a Área Metropolitana de Lisboa deve ser um pólo de construção de riqueza.“No Barreiro, temos de transformar este património numa potencialidade económica e ajudar a desenvolver o Concelho e a Região”.

Finalizou a sua intervenção agradecendo aos serviços do Município e a todas as entidades parcerias: FCSH – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, IELT – Instituto de Estudos de Literatura Tradicional; IHC – Instituto de História Contemporânea e RE – Rede de Estudos do Trabalho, do Movimento Operário e dos Movimentos Sociais em Portugal.

As boas-vindas foram dadas por Lurdes Lopes, responsável pela Divisão de Cultura Património Histórico e Museológico da CMB, à qual se seguiu a Conferência de abertura proferida por Fernando Rosas, Historiador, doutorado em História Contemporânea, investigador do Instituto de História Contemporânea. O tema abordado foi  “A I República e o Movimento Operário. Roteiro político e social das greves gerais”.

Recordamos que os interessados devem fazer as suas inscrições através do email rota@cm-barreiro.pt (referindo nome, instituição, contacto telefónico e email), ou no Posto de Turismo, pelo telefone: 21 099 08 37. 

O programa prevê para amanhã:

29 de Novembro, sexta- feira

Painel 6 – 9h30 – 10h15

Resistência Operária à Ditadura

Armando Sousa Teixeira (investigador local), «A CUF na margem sul: realidades, mitos e contradições»

Albérico Afonso Costa (IPS/ESE, IHC/FCSH-UNL) «A oposição operária e popular à ditadura militar em Setúbal» 

Maria João Raminhos Duarte (ISMAT) «Cortar o nó górdio do corporativismo nos anos 40: a organização do PCP e o entrismo sindical no Algarve» 

Painel 7 – 10h15 -10h45

Greves Durante o Estado Novo

Fátima Afonso (Ecomuseu Municipal do Seixal), Fernanda Ferreira (Ecomuseu Municipal do Seixal), «”Hoje ninguém trabalha!” – Resistência Operária no concelho do Seixal em 1943»

João Madeira, (IHC/FCSH-UNL) «“Hoje vamos todos ao sindicato” – a greve dos marmoristas de Pêro Pinheiro (1965)»

10h45 – 11h15 – Debate

11h15 – 11h30 – Intervalo para Café          

Painel 8 – 11h30 – 12h30

Lutas Operárias, Memória e Associativismo

Silvestre Lacerda (Diretor do Arquivo Nacional da Torre do Tombo) «Assalto ao Palácio de Inverno… em Olhão!»

Dulce Simões (INET-MD/FCSH-UNL), «As coletividades eram os «quartéis-generais» da oposição. Associativismo, memória e resistência política»

Cristina Nogueira, (Centro de Informação e Documentação da Universidade Popular do Porto) «Memórias do trabalho – testemunhos do Porto laboral no séc. XX»

Ana Paula Vieira da Silva e Sousa (CP) «Desporto Corporativo nos Caminhos de Ferro – Grupo Desportivo dos Ferroviários do Barreiro»

12.30h – 13h00– Debate

13:00 – 14h30 – Intervalo para almoço

Painel 9 -14h30 – 15h30

Espaço Industrial, Trabalho e Reestruturação Produtiva

Luis Pedro Cerqueira (Arquitecto) «A cidade como suporte físico da atividade humana – o caso da expansão urbana desenvolvida pela CUF, no Barreiro»

António Camarão, (Câmara Municipal do Barreiro) «O sector da cortiça e os seus impactos no Barreiro »

Ana Carina Azevedo (IHC/FCSH-UNL), Ângela Salgueiro (IHC/FCSH-UNL) «Entre o Barreiro, Entroncamento e Lisboa – a modernização das Oficinas da CP»

João Leitão (APSIOT) «O trabalho numa indústria do têxtil da Covilhã»

15h30 às 16h00 – Debate

16h00 às 16h15 – Intervalo para café

 

Painel 10 – 16h15 às 17h00

Movimentos Sociais no Pós 25 de Abril

Miguel Angel Pérez Suárez (IHC/FCSH-UNL) «Maio de 1974: quatro greves na Margem Sul»

Jorge Fontes (IHC/FCSH-UNL) «Relações laborais nos Estaleiros da Setenave»

Ana Rajado (IHC/FCSH-UNL) «Os operários navais da Lisnave e o pacto social em Portugal»

17h00 às 17h15 – Debate

17h15  – Conferência de Encerramento

Raquel Varela (IHC/FCSH-UNL) – «A proletarização dos Trabalhadores no Portugal Contemporâneo»

17h45  – Encerramento  – Intervenção do Presidente da CMB, Carlos Humberto de Carvalho.

30 de Novembro, sábado

10h30 – Rota da Resistência do Barreiro

(Ponto de encontro: Estátua do Alfredo da Silva, Parque Catarina Eufémia, Av. Alfredo da Silva)

12h30-14h30 – Intervalo para almoço (livre) 

14h30 – Visita às Reservas Museológicas Visitáveis da CMB e Museu Industrial da Baía do Tejo

(Ponto de encontro: Estátua do Alfredo da Silva, Parque Catarina Eufémia, Av. Alfredo da Silva)

CMB 2013-11-28

You must be logged in to post a comment Login