O financiamento actual do País, em particular o problema da divida soberana ou do Estado, tem estado no centro do debate económico e politico actual.
No entanto, existe uma questão que tem sido sistematicamente omitida pelos comentadores oficiais que é o facto da especulação que se tem verificado em relação à divida soberana estar a ser financiada pelo Banco Central Europeu, o que é inaceitável.
Se esta questão não for resolvida rapidamente, e isso só se conseguirá com a eliminação da banca do circuito Estados-BCE, então colocar-se-á a paises como Portugal, para não cair numa espiral de regressão e conómica e social sair da Zona do Euro. É o dilema que poderão enfrentar muito rapidamente .
O chamado Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), com as condições que estão associadas, não impedirá a continuação da especulação como provam já os casos da Grécia e da Irlanda, e a sua entrada em Portugal, em ligação com o FMI, só contribuiria para tornar mais prolongada e profunda a recessão economica agravando ainda mais a situação social.
Não deixa de ser chocante a forma ligeira e mesmo irresponsável como
alguns dos economistas que têm acesso fácil aos media defendem a entrada em Portugal do FEEF/FMI como fosse isso a solução para os problemas nacionais.
É a fuga para a frente quando não se tem uma visão de futuro ou quando nada de novo setem para dizer .
No estudo que envio analiso, com base em dados oficiais, as consequencias para Portugal do caminho que se persiste em continuar, e a necessidade de enveredar por um outro .
Espero que este estudo possa ser um contributo para o debate nacional que é tão necessário para que Portugal possa sair do beco que o pensamento economico neoliberal e politico dominantes o levou.
O BCE ESTÁ A FINANCIAR A ESPECULAÇÃO DOS BANCOS- a banca em Portugal lucrou com isso já 3.828 milhões € à custa das famílias, empresas e do Estado – O DILEMA ACTUAL: OU ESTA SITUAÇÃO É ALTERADA RAPIDAMETE OU O PAÍS TEM DE SAIR DA ZONA EURO
Tal como aconteceu antes da crise de 2008, em que os bancos financiaram os especuladores, a uma taxa de juro baixa, para que pudessem depois obter elevados lucros, agora também o Banco Central Europeu (BCE) está a financiar a banca a uma taxa de juro também muito baixa (1%), não impondo quaisquer limites na utilização desse dinheiro, para que depois os bancos possam obter lucros extra à custa das taxas de juro elevadas que cobram não só aos Estados, mas também às famílias e às empresas. É um esquema que interessa tornar claro para todos, embora os comentadores oficiais com acesso privilegiado aos media nunca se refiram a ele, procurando assim ocultá-lo. Por isso vamos voltar a ele. E esse esquema “diabólico” é o seguinte.
Antes de ter entrado para a Zona Euro, Portugal possuía um Banco Central (Banco de Portugal) que podia emitir moeda (escudos), e que comprava divida ao Estado a uma taxa reduzida, assegurando assim o seu financiamento e também garantindo que nunca o Estado entrasse em falência porque o Banco de Portugal disponibilizava sempre os meios financeiros para que o Estado pagasse os seus compromissos. As únicas limitações eram, em relação à divida externa, que teria ser paga em divisas o que obrigava o Estado a recorrer fundamentalmente ao endividamento interno para se financiar, e a necessidade de evitar que a inflação disparasse.
Com a entrada para o euro, o Banco de Portugal e o Estado português perderam esse poder que passou para o Banco Central Europeu (BCE). Só ele é que pode emitir euros. Para além disso, foi introduzida uma norma nos Estatutos do BCE que proíbe que este banco compre directamente divida aos Estados. No entanto, pode comprar divida soberana, ou seja, dos Estados no chamado “mercado secundário” onde têm acesso os bancos. Portanto, está-se perante a situação caricata que permite à banca especular com a divida emitida pelos Estados, que é a seguinte: o BCE não pode comprar directamente a divida ao Estado português, mas já pode comprá-la aos bancos que a adquirem. E então o esquema especulativo montado pela U.E. e pelo BCE para enriquecer a banca à custa dos contribuintes, das famílias, e do Estado português é o seguinte: a banca empresta às famílias, às empresas e ao Estado português cobrando taxas de juro que variam entre 5% e 12%, ou mesmo mais, depois pega nessa divida, titularizando-a, e vende-a ao BCE obtendo empréstimos a uma taxa de juros de apenas 1%.
Vejamos então quais têm sido os efeitos para Portugal deste sistema especulativo, que tem sido sistematicamente oculto pelo governo e pelos comentadores oficiais, financiado pelo BCE, banco este que, em principio, devia servir os Estados que constituem a Zona Euro e não a especulação.
O BCE ESTÁ A FINANCIAR A ESPECULAÇÃO DOS BANCOS- a banca em Portugal lucrou com isso já 3.828 milhões € à custa das famílias, empresas e do Estado – O DILEMA ACTUAL: OU ESTA SITUAÇÃO É ALTERADA RAPIDAMETE OU O PAÍS TEM DE SAIR DA ZONA EURO
Tal como aconteceu antes da crise de 2008, em que os bancos financiaram os especuladores, a uma taxa de juro baixa, para que pudessem depois obter elevados lucros, agora também o Banco Central Europeu (BCE) está a financiar a banca a uma taxa de juro também muito baixa (1%), não impondo quaisquer limites na utilização desse dinheiro, para que depois os bancos possam obter lucros extra à custa das taxas de juro elevadas que cobram não só aos Estados, mas também às famílias e às empresas. É um esquema que interessa tornar claro para todos, embora os comentadores oficiais com acesso privilegiado aos media nunca se refiram a ele, procurando assim ocultá-lo. Por isso vamos voltar a ele. E esse esquema “diabólico” é o seguinte.
Antes de ter entrado para a Zona Euro, Portugal possuía um Banco Central (Banco de Portugal) que podia emitir moeda (escudos), e que comprava divida ao Estado a uma taxa reduzida, assegurando assim o seu financiamento e também garantindo que nunca o Estado entrasse em falência porque o Banco de Portugal disponibilizava sempre os meios financeiros para que o Estado pagasse os seus compromissos. As únicas limitações eram, em relação à divida externa, que teria ser paga em divisas o que obrigava o Estado a recorrer fundamentalmente ao endividamento interno para se financiar, e a necessidade de evitar que a inflação disparasse.
Com a entrada para o euro, o Banco de Portugal e o Estado português perderam esse poder que passou para o Banco Central Europeu (BCE). Só ele é que pode emitir euros. Para além disso, foi introduzida uma norma nos Estatutos do BCE que proíbe que este banco compre directamente divida aos Estados. No entanto, pode comprar divida soberana, ou seja, dos Estados no chamado “mercado secundário” onde têm acesso os bancos. Portanto, está-se perante a situação caricata que permite à banca especular com a divida emitida pelos Estados, que é a seguinte: o BCE não pode comprar directamente a divida ao Estado português, mas já pode comprá-la aos bancos que a adquirem. E então o esquema especulativo montado pela U.E. e pelo BCE para enriquecer a banca à custa dos contribuintes, das famílias, e do Estado português é o seguinte: a banca empresta às famílias, às empresas e ao Estado português cobrando taxas de juro que variam entre 5% e 12%, ou mesmo mais, depois pega nessa divida, titularizando-a, e vende-a ao BCE obtendo empréstimos a uma taxa de juros de apenas 1%.
Vejamos então quais têm sido os efeitos para Portugal deste sistema especulativo, que tem sido sistematicamente oculto pelo governo e pelos comentadores oficiais, financiado pelo BCE, banco este que, em principio, devia servir os Estados que constituem a Zona Euro e não a especulação.
Ver estudo completo aqui: BCE-ajuda-especulação-banca
EugénioRosa
Economista
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