Em 25 de Abril, a acção do Povo e do MFA, foram a chave que abriu as portas da esperança de um povo amordaçado. De todos aqueles que: nas prisões de Caxias, Aljube ou Peniche, na clandestinidade, nos campos, nas fábricas, nas escolas, nas colectividades, cooperativas e sindicatos sempre resistiram, enfrentando a intimidação e a repressão de um regime fascista, responsável por 13 anos de guerra colonial, pela emigração clandestina de centenas de milhar de portugueses e responsável por uma taxa de analfabetismo não comparável á de qualquer país europeu.
A luta persistente dos patriotas que nos trouxe a aura de Liberdade que os cravos de Junho, fixados nos canos das espingardas em 25 de Abril, foi o sinal de um novo caminho a percorrer, o início de uma viragem histórica, que mais do que uma recordação é preciso lembrar e fazer cumprir.
Muito do que foi jurado cumprir, quando em 2 de Abril de 1976 foi aprovada a Constituição da República Portuguesa, não se cumpriu.
A primeira lição advém de que no dia 26 de Abril de 1974 todo, ou quase todo o Portugal, era democrata e revolucionário, o que significaria, á priori, que o fascismo, o colonialismo, analfabetismo e a repressão, só faria parte do imaginário de alguns.
A segunda lição, face aos incumprimentos da Lei Fundamental, é estar atento e lutar para que se façam cumprir os Direitos e as Liberdades nela inscritos
Apesar dos desgovernos dos que representam os mandantes do regresso ao passado, hoje todos têm escola, não haverá mais “homens que nunca foram meninos” , porém a informação é muitas vezes distorcida e eivada de meias verdades, onde há dita sem contradita e plena da presença de políticos e comentadores que são hábeis na utilização do tal “Manto diáfano que esconde a verdade”.
Porém o direito de votar é livre, por isso a observação atenta é fundamental para que, na hora de decidir em quem votar, a cruzinha seja colocada no quadradinho certo, com a consciência de que o fazemos pensando que, ao fazê-lo, optámos pelo bem da sociedade de que fazemos parte, tendo em conta o presente e o futuro.
O VOTO é livre (prenda de ABRIL que ainda não nos foi negada) mas não é a arma do Povo, como nos tentam fazer crer. A participação na prática da cidadania, o conhecimento, o sentimento e a memória é que são de facto as armas mais eficazes.
Os que nos têm governado nas três décadas pós – ABRIL, contam com o apoio de “Grandes Famílias Grandes Empresas” (Edições D. Quixote), que como se de um jogo de Xadrez se trate, basta-lhes mudar umas pedras no tabuleiro do poder, manter o Rei, a Rainha e os Bispos, porque as Torres da resistência estão e são limitadas nas acções que o jogo de interesses impõe e, quanto aos Peões, jogam no pressuposto da memória curta, da crises criadas por eles próprios e dos MEDOS da sujeição à Lei da Oferta e da Procura em que os peões são vistos e tratados como mercadoria negociável e descartável. Se muito protestarem, sacodem-se umas migalhas da toalha da abastança do Poder, com pequenas cedências aqui e ali. Receita é conhecida. A política de benesses e comendas, da cunha institucionalizada, do compadrio e silêncios cúmplices, produtora de ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, torna este canteiro à beira mar plantado (ora sujeito à ingerência externa – autoridade que o povo não lhes conferiu) no país europeu onde as desigualdades sociais são mais evidentes e se acentuam passo a passo.
HÁ QUE DIZER BASTA !!!!
A Cultura, o Conhecimento e o Saber, são as armas mais eficazes para combater o obscurantismo, as ditaduras camufladas que levam às desigualdades sociais, tenham o nome que tiverem.
Recordar e Viver o ABRIL que floresceu em MAIO, é ter esperança num futuro mais justo, mais fraterno e mais igual. É LUTAR PELA LIBERDADE.
Barreiro, 25 de Abril de 2011
ARFER
One Response to "LIBERDADE ?? 37 ANOS DEPOIS"
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