Hoje, dia 13, sexta-feira, foi um dia de sorte.
Convidaram-me para a sessão “A palavra onda à solta” que incluía poesia e música (cheia de palavras) na Biblioteca Municipal.
O auditório estava bem composto, duas mesas redondas à frente, onde se sentaram poetas, diseurs, muitas cadeiras na plateia com ouvintes/participantes, e cá atrás, duas mesas rectangulares.
Uma muito boa organização do “Grupo de Amigos do Barreiro Velho”.
A música (de intervenção) esteve a cargo do Prof. Luís Reis e do amigo, quero dizer, também grande cantor, Manuel Manços. Nunca me canso de os ouvir, como não me canso de ouvir o grupo GRIOT, que anda a dar cartas aí pelo Barreiro. Estão visíveis em acontecimentos como este, mas também, por exemplo, na CCPB, numa jornada intitulada “AFRICA TUA”.
Se não assistir a algumas das suas actividades, não deixe de ver a sua exposição de artistas de Africa que está patente ao público na Cooperativa Cultural Popular Barreirense.
A palavra andou então à solta, ditas por verdadeiros (as) artistas da arte de bem dizer.
Ousei, a certa altura, dizer um poema.
Escolhi um poeta barreirense, penso que nascido no “Barreiro Velho”. Lembro-me que em tempos rondava o Largo do Rompana. Vai-se lá saber porquê.
É um grande poeta, que ombreia com os outros grandes poetas que soltaram as suas palavras na Biblioteca, entre outros, Sebastião da Gama, Brecht, Craveirinha, José Afonso (não fixei todos).
É um enorme poeta barreirense, pouco ou nada conhecido cá na cidade, pouco ou nada divulgado, pouco ou nada dito. Ousei dizer Joaquim Pessoa.
“Mas” agora ouso dizer “Por Outras Palavras” que leiam Joaquim Pessoa, senão “Vou-me Embora de Mim”, que é a obra de maturidade deste poeta.
Do “Barreiro Velho” (não me) “interessam” as casas velhas, com as janelas entaipadas, as portas tijoladas, os telhados caídos, (ou os bares), interessam-me sobretudo as tradições, os costumes, as histórias, porque essas estão cheias de Pessoas, que merecem a nossa maior atenção. São Pessoas com vida, com poesia, que temos de recordar, pelo que fazem pelo Barreiro, porque são Barreiro.
Perguntaram-me no fim se sabia o nome da mãe do Joaquim Pessoa. Chamava-se Liberdade, era a DONA LIBERDADE.
Viva a Câmara do Barreiro, através da nossa Biblioteca (vi lá dois vereadores), viva o “Grupo Amigos do Barreiro Velho”, viva o GRIOT, viva os músicos, viva os declamadores que tão bem sabem dizer poesia (e prosa, Maria Eugénia), e viva a Dona Liberdade que trouxe à vida barreirense tão grande poeta.
São estas Lições de Mestre que vão orgulhando o Barreiro Cidade.
Nuno Soares
2 Responses to "Por: Nuno Soares – Lições de Mestre 10"
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