Um olhar sobre a História – Teatro da UTIB

Um olhar sobre a História – Teatro da UTIB

“O Baile”  

“São casos e várias causas

Que trazemos para contar

Há milhares de Portugueses

Que fazem malas para emigrar.”

“O Baile” é o nome da peça que os alunos de Teatro da Universidade da Terceira Idade do Barreiro – UTIB –  escolheram para apresentarem como trabalho final, no ano lectivo de 2010-2011.

A estreia concretizada no sábado, dia 7 de Maio, pelas 21 horas e 30 minutos, na Sociedade de Recreio e Instrução Barreirense – SIRB – “Os Penicheiros”, foi bem recebida por um público que encheio aquele espaço, ávido de assistir a um espectáculo em que os intérpretes (22 mulheres e 11 homens), com idades não muito jovens, iriam protagonizar.

E não foi fácil o caminho percorrido até chegar ao resultado final. O percurso foi longo, o trabalho intenso/imenso e por vezes árduo, mas com o empenhamento de todos, foi possível chegar-se ao fim e apresentar um trabalho que merece ser visto, revisto e retê-lo.

As representações terão lugar nos dias 14 de Maio (sábado) às 21 horas e 30 minutos e 15 (Domingo), às 16 horas, na Sociedade de Recreio e Instrução – SIRB – “Os Penicheiros”; dia 28 de Maio (Sábado), na Colectividade Futebol Clube da Quinta da Lomba, pelas 21 horas e 30 minutos, em Santo André e no dia 18 de Junho (Sábado), pelas 17 horas, na Colectividade Santo Antoniense, em Santo António da Charneca.

“Porque depois da fome e da guerra, da prisão e da tortura, vimos abrir-se a nossa terra como um cravo de ternura”

A peça é da autoria de Jean Claude Penchenat, adaptação e encenação de Luciano Barata, cujo título é um pretexto para relatar uma época de mudanças, entre 1964-1974, que se passaram no nosso país, avivando a memória de alguns esquecimentos.

No “Baile” as mulheres e homens dançam e contam episódios que porventura se passaram nas colectividades, naquela época, em plena década de sessenta, século passado.

Descrevem-se “vivências” que aconteciam nos bailes, de uma maneira simples e despretensiosa: a Eleição da Miss da Colectividade, os episódios das “damas ao Bufete” e do “Cravanço”, as “tampas” que as damas davam aos cavalheiros, o leilão em prol da biblioteca, o desapartar quando as raparigas dançavam juntas e o incómodo que os homens causavam, sobretudo às mães, quando tinham atitudes menos próprias para com as filhas.

“Este parte, aquele parte

E todos, todos se vão”

Próximos do 25 de Abril era inevitável retratar a despedida do soldado para a “guerra”, ou melhor, “defesa da Pátria”, e todo o drama instalado em redor desta situação, num país em que a polícia política violentava o povo, até ao momento em que se dá o 25 de Abril – o Dia da Libertação.

“O tempo passa depressa

Dizem os que lá não vão

A gente quando regressa

Dá um estalo ao coração”

E porque faz parte da nossa memória colectiva, relembrar é preciso e ter memória é fundamental.

“O Baile é um olhar sobre a História, ou seja, a História que viaja no tempo”

 Maria João Quaresma

Barreiro, 13 de Maio de 2011

 

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