Câmara Municipal Aprova Voto de Pesar ao Mestre Malangatana Valente Ngwenya
Na reunião ordinária privada da Câmara Municipal do Barreiro, de 5 de Janeiro de 2011 foi aprovado, por unanimidade, o Voto de Pesar ao Mestre Malangatana Valente Ngwenya falecido hoje, aos 74 anos, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, vítima de doença prolongada.
Segue, na íntegra, o texto do documento aprovado:
Morreu um Barreirense, como ele próprio se assumia.
Nascido há 74 anos, no dia 6 de Junho, em Matalana, às portas de Maputo, Moçambique.
Desde os 11 anos foi pastor, aprendiz de curandeiro, cuidador de meninos, apanha-bolas em clubes de ténis e mainato.
Mas ao longo da sua vida, foi muito mais que tudo isso.
Um homem que se superou e nos superou.
Um artista enorme. Um pintor de referência. Um autor de tapeçarias, cerâmicas, gravuras e esculturas de primeira linha.
Mas também poeta, actor, dançarino, músico, dinamizador cultural, organizador de festivais, filantropo, politicamente empenhado, tendo sido preso pela PIDE durante 18 meses, depois da independência, foi deputado pela FRELIMO e era, hoje, Conselheiro de Estado da República Popular de Moçambique.
Vivemos, há pouco tempo, a presença de Malangatana.
Partilhámo-la no carácter aberto, disponível, simples, próximo que dava à forma como se relacionava com cada um que o conhecesse, lhe falasse, o ouvisse, o visse ou o visitasse.
Dessa derradeira presença nasceu uma marca indelével.
No centro do Barreiro está Malangatana (na sua última e, eventualmente, maior obra pública): nas suas imagens, na sua vida, no seu, e no nosso, quotidiano.
Partilhámo-la no carácter aberto, disponível, simples, próximo que dava à forma como se relacionava com cada um que o conhecesse, lhe falasse, o ouvisse, o visse ou o visitasse.
Dessa derradeira presença nasceu uma marca indelével.
No centro do Barreiro está Malangatana (na sua última e, eventualmente, maior obra pública): nas suas imagens, na sua vida, no seu, e no nosso, quotidiano.
Estão, no seu próprio dizer, “os acontecimentos do mundo, às vezes tristes, outras alegres, e eu não fico indiferente. Seja em Moçambique, ou noutra parte do mundo, a dor humana é a mesma”.
Nós, hoje, partilhamos ainda mais essa dor.
Sentimos a tragédia que é a morte deste Africano cidadão do mundo, do homem que criou o Museu Nacional de Arte de Moçambique, que dinamizou o Núcleo de Arte, que colaborou com a Unicef, que criou um Centro Cultural na “sua” Matalana ou que foi nomeado Artista pela Paz pela UNESCO.
Uma parte deste Homem morreu hoje.
A perda – a nossa perda – é enorme e irreparável.
A Câmara Municipal do Barreiro, interpretando o profundo sentir do povo do Barreiro, reunida em 5 de Janeiro de 2011, saúda, uma vez mais, Malangatana, e solidariza-se, nesta hora, com a família, com o povo e com o Estado de Moçambique.
CMB 2011-01-05
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