Ode ao Barreiro

Ode  ao Barreiro

1 – Acto: Um pequeno passeio;

Resido nesta cidade à cerca de dois anos, após ter morado vinte e oito anos numa outra Cidade é-me impossível ser indiferente a esta terra na sua dinâmica. Proponho-me apresentar esta cidade numa Ode dividida em vários Actos, neste primeiro proponho-me a mostrar o que observo primeiro numa terra estranha, a sua arquitectura e paisagem. Pormenores de quem anda de carro ou passeia numa cidade estranha e tenta saber tudo sobre ela num mero passeio, como se fosse um turista curioso com o modo de vivência dos habitantes locais.

Esta cidade é mais pequena que a minha, no entanto sinto-a como se tivesse o dobro do tamanho. Aqui e ao contrario da minha terra as pessoas esvaziam a cidade durante a semana mas enchem ao fim de semana dando vida e alegria. Os monumentos e patrimónios históricos no Barreiro contam-se pelos dedos da minha mão na minha terra há história em cada esquina. Os espaços verdes são específicos e concentrados enquanto de onde eu venho são muito abundantes. Tenho um pátio em frente ao prédio que habito, esse pátio é um quadrado de alcatrão que para ser estacionamento temos que passar por cima de passeios, de onde eu venho isso era impensável e dava origem ás mais corrosivas críticas. As pessoas no Barreiro carregam o peso da monotonia e rotina, sente-se esse peso quando andamos nos transportes públicos e chega a ser angustiante. Os transportes públicos no Barreiro são 10 vezes melhores do que de onde eu venho e o Barreiro vive/vivia á base da industria… industria essa que de onde eu venho nem vê-la. De onde eu venho eu tinha que fazer a minha própria cultura aqui a cultura é mestre, mas no outro lado do rio Tejo.  Hotéis no Barreiro? Nem vê-los… de onde eu venho?  Dezenas.

 Rui Velindro

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