O FUTURO GOVERNO DE PORTUGAL É SOCIAL DEMOCRATA OU NEOLIBERAL?

O FUTURO GOVERNO DE PORTUGAL É SOCIAL DEMOCRATA OU NEOLIBERAL?

DESCUBRA A DIFERENÇA.

1 – A História da nossa crise.

O País atravessa uma grave crise económica, política, com origem na crise financeira que deflagrou nos EUA em 2008.

A falência do “Lehman Brothers”, esteve na génese desta  crise financeira que começou nos EUA, tendo-se posteriormente estendido a toda a Europa.

É famoso pelas piores razões, o processo de falência deste Banco Americano, situação que atingiu por força da crise financeira motivada pela especulação.

Começou com as hipotecas “subprime” e continuou com a classificação feita pelas agências de “rating”, dos produtos financeiros nos quais se incluíam os títulos de dívida.

Estas agências, conforme foi reconhecido nos EUA, cometeram erros na qualificação de riscos, tendo tido um papel determinante para o desenrolar da situação calamitosa que o sistema financeiro Europeu ainda está a sofrer.

Não deixa de ser curioso, que as referidas agências tivessem classificado o “Lehman Brothers” como um triplo A, isto é, o mais fiável Banco de todo o mundo financeiro.

Na verdade, os investidores confiaram nas classificações feitas pelas agências, o que ajudou a que o mercado financeiro se colocasse em “alta”, para logo de seguida, quando tiveram que baixar essas classificações, fizeram cair a economia. Os danos que causaram estão à vista de todos.

Portugal foi vitima destas agências, as quais determinaram que o País ou ía para a Bancarrota, ou, alternativa, teria que ceder às exigências do capital financeiro.

O que acabou por acontecer, já que os Bancos cortaram o crédito ao Estado em Abril de 2011.

2 –  O estado actual.

Na sequência da crise, o País foi  a votos. Ganhou as eleições o Partido Social Democrata.

Tendo como lema, a “mudança”, o PSD logrou obter maioria parlamentar e, prepara-se para governar o País, em conjunto com o CDS/PP.

E, é aqui que se levanta a questão. E agora Portugal, estamos a viver um regime que é a social-democracia, ou um regime neo liberal?

Filosoficamente, as duas ideologias não se confundem.

A Social-Democracia, ou Socialismo Democrático, baseava-se num ideal de Revolução Social, nos princípios da libertação do homem da pobreza, da exploração e da miséria.

Seria através da implementação deste regime, que se conseguiria atingir o direito ao emprego e  a justiça social.

Porém, uma coisa  são os  ideais, outra bem diferente, é a concretização dos mesmos, sobretudo,  a vontade de os concretizar.

Na Europa, logo nos anos 70 do século passado, começaram a desvirtuar-se os princípios filosóficos da Social Democracia, que passou a seguir uma linha de pensamento, protagonizada pela Universidade de Chicago, cujo defensor mais acérrimo foi Milton Friedman,  que se aproximava perigosamente do liberalismo. 

A esta corrente começou então a chamar-se  “Neoliberalismo”. Os ilustre economistas que  defendiam essa filosofia, baseavam-se numa máxima: O Estado deve estar o mais afastado que for possível, da vida económica.

Na perspectiva dos neo liberais, os homens não nascem iguais, nem podem pretender atingir a igualdade. Se o fizerem,  estão a violar a lei de Deus ou da Natureza.Só através da manutenção da desigualdade é que os melhores podem sobressair, e os menores podem obedecer e contribuir com a sua força de trabalho, para que os melhores sejam os mais ricos, e dominem, por via dessa riqueza, os mais pobres.

3 – Portugal neo liberal.

Na situação actual no nosso País, concretiza-se a tendência que já vem da Europa: Os Sociais Democratas vão aplicar ao País as teorias neoliberais.

Basta ler as medidas impostas pelo FMI para compreender que estas são medidas tendentes a glorificar o poder do capital financeiro, em detrimento do poder da economia e da riqueza que pode ser gerada através da produção.

Todo o documento contém regras de funcionamento do Estado que nos transportam para o neo liberalismo, nalguns até para o ultra liberalismo, prevendo-se deixar única e exclusivamente ao Estado, o papel de gerir a segurança e a representação internacional. Todas as áreas que actualmente e nos termos da nossa Constituição, competem ao Estado Português, vão ser ou privatizadas ou abertas à exploração por parte do sector privado, gerando, a gestão da coisa pública, lucros que, ao invés de reverterem a favor do País todo, revertem apenas para alguns, (poucos) a tal minoria que já nasceu melhor que os outros, a maioria.

Será que as pessoas que não foram votar sabem que Portugal vai ser neo liberal?

Dulce Reis

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