É conhecida a orientação do Governo para as Empresas do Sector Empresarial do Estado ao qual o grupo Transtejo pertence, em que é imposta uma redução de 15% nos custos globais das Empresas. Perante tal orientação, a Administração da Transtejo considerou tal objectivo inatingível sem uma significativa e acentuada redução da oferta, ou seja, um ataque sério ao serviço público prestado às Populações.
Neste quadro e como medidas de aplicação a muito curto prazo, anunciaram a pretensão, entre outras, de propor à tutela a retirada de um dos três navios em circulação na Linha Lisboa/Seixal na hora de ponta da manhã, cortando ligações a essa hora e passando assim de um intervalo de 20 em 20 minutos para 25 em 25. Tal perspectiva, a ser concretizada, penaliza os utentes, degradando a qualidade do serviço deste transporte público e retirando-lhe atractividade.
Perante tal cenário, regista-se a determinação das Organizações Representativas dos Trabalhadores do grupo Transtejo, que deliberaram não se resignar aos fatalismos e decidiram encetar contactos com diversas entidades, entre as quais a Comissão de Utentes, visando travar tais pretensões. As Organizações Representativas dos Trabalhadores e a Comissão de Utentes recordaram assim que, na década de 80, idêntico cenário surgira no Concelho do Seixal, em que a pretensão era extinguir a respectiva carreira fluvial a pretexto da crise de então. Resultando da sua acção conjunta e concertada, as Organizações Representativas dos Trabalhadores, a Comissão de Utentes e Eleitos das Autarquias do Seixal, envolvendo as populações, conseguiram travar essa intenção. E assim foram possíveis as decisões de investimento público nas infra-estruturas do novo Terminal Rodo/fluvial bem como a renovação da frota de navios, motivando assim o crescimento e a reconhecida melhoria da qualidade do transporte fluvial para os níveis hoje conhecidos – em 2009, com mais de um milhão e oitocentos mil utentes, com tendência crescente.
Os deputados do PCP eleitos pelo círculo de Setúbal, Bruno Dias e Paula Santos, quiseram saber se o Governo vai ou não intervir para que sejam retiradas e revistas as orientações transmitidas às administrações das empresas de transporte público, e para que não avancem estas medidas gravosas para os direitos dos utentes e trabalhadores, a qualidade de vida das populações e a mobilidade sustentável na Área Metropolitana.
O Gabinete de Imprensa da DORS do PCP
You must be logged in to post a comment Login