No seguimento de constantes reclamações manifestadas pelos passageiros, a Comissão de Utentes da “Linha do Sado” enviou aos respectivos Presidentes da REFER e da CP, a 21-11-2010, uma breve exposição referente à situação na Linha sobre questões de manutenção e beneficiação que urge serem atendidas, a saber:

-Agravamento do não cumprimento dos horários;

-A deficiente manutenção dos elevadores;

-A ausência de vigilância nocturna nas estacões e apeadeiros;

-A falta de higiene nos espaços de embarque e o não funcionamento

do parque de estacionamento automóvel na estação de Setúbal.

Sobre, os horários, o facto de já não existirem obras de beneficiação na Linha e de a própria CP ter apresentado o cumprimento dos horários como um fim necessário para um maior interesse dos utentes e das populações pela utilização do comboio eléctrico como transporte, ninguém compreende, pelo que não aceita, hoje, os constantes e longos atrasos, por vezes diários, limitando-se a CP a pedir “a compreensão dos passageiros pelos incómodos causados”.

Porque os atrasos, mais que incómodos representam sérios prejuízos a muitos utentes e não só, chegando a pôr em causa o emprego, e porque o número de três composições a funcionar diariamente se verifica ser manifestamente insuficiente face a possíveis pequenas avarias, a reivindicação do pleno cumprimento dos horários representa ser uma necessidade imperiosa para o normal funcionamento da “Linha do Sado” e garantia de confiança para as populações na sua opção pelo transporte ferroviário. Utentes e agentes económicos necessitam ambos de ter confiança no cumprimento dos horários.

Os elevadores, que por vezes chegam a ser dois sem funcionar no mesmo apeadeiro, vai ao ponto de provocar autênticos dramas que envolvem mulheres com carrinho de bebé, com crianças, embrulhos e idosos padecendo de artroses.

A CP ( e o Estado) não pode deixar de ter presente que o troço ferroviário entre Barreiro e Pinhal Novo divide as respectivas populações ao meio, o que à partida exige dos elevadores urna dupla função e uma responsabilidade acrescida: para que utentes e populações sejam ambos convenientemente servidos.

A exposição enviada tratou ainda da necessidade da existência de vigilância nocturna para defesa dos utentes e do próprio material exposto nas estações e apeadeiros; da ausência de higiene nos apeadeiros em que a lavagem dos pavimentos não existe, e do parque de estacionamento automóvel na estação de Setúbal, em que é exigido a sua abertura e funcionamento gratuito para os utentes do transporte ferroviário. 

O facto do Ministério da Tutela retirar à CP verbas de apoio indispensáveis à manutenção e beneficiação da “Linha do Sado”, enquanto para a empresa privada Fertagus deu no ano em curso oito milhões de euros de compensação à concessionária do comboio da Ponte 25 de Abril, não pode deixar de colocar o Ministro da Tutela e o Governo como principais responsáveis pela falta de manutenção na Linha e, inclusivamente, em caso de possíveis desastres pessoais ocasionados pelo não funcionamento de elevadores que leva pessoas a atravessar a linha a pé. O alerta a quem de direito já foi feito pela Comissão de Utentes no início do ano em curso, situação que julgamos ninguém desejar que venha a acontecer.

O facto de até hoje a REFER nem a CP aparecer a dar qualquer resposta ou simples satisfação pública sobre os problemas expostos que tanto preocupam os utentes e as populações abrangidas pela Linha, leva a Comissão de Utentes, como é seu dever, a dirigir-se à Assembleia da República e a expor a situação à Comunicação Social

 14/12/2010       

A Comissão de Utentes da “Linha do Sado”