Bastou o simples anúncio da intenção de se fazer um Referendo na Grécia para o directório capitalista liberal na Europa entrar em pânico. Tal é o medo que têm do povo em movimento! Medo e má consciência!
Não é o referendo que os assusta, é saberem que o povo grego, em luta heróica há meses contra a miséria que lhes querem impor ( os gregos perderam em dois anos, 60% do poder de compra!) vai dizer um rotundo NÃO !
O pseudo perdão de 50% da dívida ( ou seja, os chamados “mercados” deixam de receber tanto lucro especulativo!…), vem acompanhado de mais medidas de austeridade, mais pobreza sem retorno, porque a crise não terá fim, com a Grécia em recessão há três anos!
A menos que o caminho seja outro!…E os gregos parecem dispostos a trilhá-lo, segundo as sondagens, perante o desespero do eixo imperialista “Merkozy”.
E em Portugal?
Por cá “desmanda” o triunvirato PSD/CDS/PS, subjugado ao capitalismo ultraliberal, que nos quer empobrecer à força ( prevê-se a perda de 40% do poder de compra dos portugueses nos próximos dois anos!). Incluímos o Partido Socialista porque não se demarca da política de ruína do governo de direita, que tentando convencer-nos da inevitabilidade ( como se fosse uma praga divina!), nos vai empurrando demagogicamente no caminho da Grécia.
Mas os portugueses irão juntar a sua voz à dos gregos e de outros povos, aumentando a resistência à política ideológica e de cariz classista que a direita ( e a deriva social-democrática liberal) querem impor.
Trata-se de uma questão patriótica e de sobrevivência nacional. Um imperativo de consciência de operários, trabalhadores, mulheres, jovens, quadros técnicos e intelectuais, militares, pequenos e médios comerciantes e empresários, democratas, que não esquecem que a revolução de Abril foi feita contra o poder económico do grande capital e o poder fascista, que se perfilam novamente por detrás da “desausteridade“.
Citemos a propósito o insuspeito pensador liberal francês, Raymond Aron : “ Não há incompatibilidade absoluta entre uma sociedade industrial desenvolvida e a tirania (…) as liberdades políticas e intelectuais não estão garantidas para sempre numa tal sociedade”.
É preciso desmistificar que o Subsídio de Natal e de Férias que querem tirar aos portugueses, bem como a duração da jornada diária de trabalho que querem aumentar, não foram benesses caídas do céu, no tempo da ditadura. Foram conquistas dos trabalhadores arrancadas antes do 25 de Abril, em que cada luta, cada reivindicação ganha ( às vezes perdida!…)custava o pão da família dos perseguidos e despedidos, ou a liberdade e a integridade física dos que eram presos, tantas vezes torturados e até mortos!
Na CUF no Barreiro, o 13º mês foi conquistado em 1971, e as 45 horas de trabalho semanal em Janeiro de 1974, depois de anos de pequenas e grandes lutas por estas exigências.
O que foi conquistado com suor e coragem contra a opressão, jamais nos poderá ser roubado!
Vamos dizê-lo bem alto no dia da Greve Geral de 24 de Novembro!
Barreiro, 1/11/2011
Armando Sousa Teixeira
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