Foi aplicada a Duarte Lima a medida coação mais gravosa, a prisão preventiva, justificada pelos riscos de fuga e destruição de provas. Já a seu filho, Pedro Lima, além de uma caução de 500.000 euros (oba, minha nossa !!!) foi aplicado o termo de identidade e residência e a proibição de contactar um terceiro arguido. Parece que o magistrado que as decidiu, entendeu que quanto à possibilidade de destruição de provas, o pai, de quem é coarguido neste processo, nunca lhe terá dito onde guardava as chaves, nem lhe terá ensinado os “cantos à(s) casa(s)”, pelo que este as não poderá destruir.
Também me parece uma estranha coincidência, aliás de pronto assinalada por um dos seus advogados (Soares da Veiga), que a Justiça portuguesa só se tenha lembrado de Duarte Lima, após um tão grande lapso de tempo (a esta hora o Isaltino, o Godinho, o Vara e tutti quanti devem estar como o hipopótamo da fábula, a fazer “boca pequena” e a dizer “coitadinho do crocodilo”), quando a polícia e o Ministério Público brasileiros o indiciaram como principal suspeito do homicídio de Rosalina Ribeiro.
Enquanto isto, a Ministra portuguesa da Justiça também dá um ar da sua graça e diz que isso de não haver extradição de cidadãos nacionais para o Brasil não será bem assim…
Bem sei que o estado de necessidade é como que uma serpente que come a própria cauda, ou, em versão mais popular, uma “pescadinha de rabo na boca” – gera-se a partir de muitas promiscuidades e acaba por gerar mais promiscuidade. Mas daí até mandar o Montesquieu às malvas…É que são quase trezentos anos de separação de poderes que se enterram de um dia para o outro, como aliás se está a enterrar o resto da própria democracia. Bem sei que estamos a voltar à Idade Média e ao exemplo de D. Pedro o “Cru”, quando pediu a seu primo de Castela que lhe entregasse os “matadores” de Inês de Castro através de uma troca de homiziados. Mas, com os diabos, nunca me passou pela cabeça que pudesse ser tão rápido.
Cá para mim, e pese embora o “leite de moça” seja mais sexy, por aqui cheira a “moqueca de siri” e se isto passa a ser assim, então queremos de volta o padre Frederico!
António José Carvalho Ferreira
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